terça-feira, 16 de dezembro de 2008

???

queria poder ir pra longe
longe daqui
daqui de dentro
de dentro de mim
de mim que espero
que espero o momento
momento de desafogar.
Desafogar da confusão
confusão de mins
mins do passado, do presente e do futuro
do futuro escuro
escuro de definição.
definição de quem eu sou
eu sou o que quero
o que quero é o que eu busco
eu busco saber.
saber o que espero
o que espero eu não sei
não sei ao certo
ao certo eu não sei
não sei quem eu sou
eu sou.
sou.................
sou o que?

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

minha fé

Deus está comigo. É essa energia forte que brota dentro de mim, que renova a vida e que me conforta a alma.
Deus está comigo. Assim, não há nenhum mal que me atinja ou me derrube.
Deus está comigo. Me ilumina. Me nutre. Me faz brilhar.
Deus está comigo.
E é nisso que eu tenho fé.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

sabedoria em pílula

só quando perdemos tudo
estamos livres pra fazer qualquer coisa.

identificações

eu sou a vicky
eu sou a cristina
e eu sou a barcelona...

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

sobre sonzeras e caixas de som...

Você já viu alguma vez uma propaganda do tal do "Sonzera" do Guaraná Antártica???? E, quando viu, ficou curioso e quis conhecer??? Pois bem... eu sim... Tava pensando isso vindo pro trabalho, no ônibus...

E, engraçado isso... A mágica criada em torno de um objeto absolutamente menos funcional do que o nosso senso comum já está acostumado. Mas que, justamente por ser uma novidade e mexer com esta sede geral pelo novo, suscita interesse...

O que é um sonzera???? Uma caixa de som que tem que estar encostada em alguma coisa pra funcionar!... Mas, que merda!!!!!!.. Tem que estar enconstada em alguma coisa!!!...
(Não é isso?!?!?.... rs..)

Agora, imaginem se esta tecnologia ridiculamente limitada fosse o nosso padrão... PUTZ! Que saco!!! Ter que ficar encostando coisas pra fazer a parada funcionar... É quase ter que colocar bombril na ponta da antena pra TV pegar, rsrsrsr....

Mas, por ser novo, divulgado, usado por pessoas sorridentes na tela da TV, as pessoas querem. UAU! Sonzera!.. rsrsr..

E é isso que é engraçado... A falta de uma consideração efetiva do custo X benefício de alguma coisa frente à valorização quase inconsciente da novidade.

E é mais engraçado pensar que é assim, igual, na vida como um todo.

Tava conversando com uma amiga dia desses. Nossa!... Foi assunto em voga essa semana mesmo... Tava falando da sensação estranha de estagnação da vida.

Acho que durante tanto tempo eu estava sempre vivendo momentos de tanto empenho em alguma coisa, que me é estranho simplesmente manter.
Eu sempre estava galgando postos, sejam eles psicológicos, afetivos, emocionais ou profissionais. Sempre tinha que lidar com o desafio do novo. Constantemente o novo, numa turbulenta fase de adpatações em cima de adaptações.......

Mas era tudo novo! Tudo conquista! Tudo empolgante e motivador!.... Era a sensação interior de plena atividade, a rotatividade de ocupações mentais, o desfio de lidar com campos inexplorados, e tal...

E agora... tô aqui... E o novo já é a rotina.

A caixa de som já existe e funciona. E esta ali, propagando ondas sonoras...... propagando...... propagando.....

E, cara!!!!... Como existem "sonzeras" na vida. Tecnologias consideravelmente inferiores às caixas de som que já somos, mas que despertam curiosidades, interesses, vontades, de uma maneira alheia à consideração racional do custo X benefício frente à realidade...

Tentações de "descer dregaus" só pra lidar com o novo, e que dissimulam na sua oferta a decida que representam e quase enganam os desavisados que seguem o instinto de embarcar.

Ah!.. Isso em vários campos.
Se pensarmos vemos que é em vários campos....

Enfim...

E muito obrigada o Sonzera por me despertar a reflexão, rs....... Pelo menos ele serviu pra alguma coisa que uma caixa de som já não fizesse - sem ser dar o trabalho de ter que encostar pra funcionar, rsrsrsrs!....

terça-feira, 25 de novembro de 2008

sucks!

movida a prazos.
movida a desafios.

e completamente desmovida
nesses tempos chatos de calmaria.

sucks!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

logo ali

me falta o ar
o coração dispara
a mão não fecha
é tudo do que eu fujo que tá logo ali - disponível assim.
é estender as mãos
é dizer um sim.
está logo ali.
tão fácil, tão leve, tão certo
tão perto
tão, mas tão logo ali....
critico quem vai - não sei se por consciência ou por inveja,
mas criticar é o que me resta
pra tentar relembrar de onde eu vim e quem eu sou.
e critico com raiva
com vontade
só não sei se de condenar ou de me juntar.
mas critico
só critico.
olhando de longe
com o ar faltando
com o coração disparado
com a mãe não fechando.
critico daqui.
sabendo que mais que nunca está ali
logo ali.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

anninha

anna lou.
pedacinho de casa no brilho do olhar.
risada com gosto de 14 anos.
ponte de mim comigo.

bom demais te encontrar.
obrigada!............

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

vida distante acontecendo

hoje tá tudo meio distante.
os sons, as cores, as imagens.
tudo distante e frenético ao mesmo tempo.
assisto as pessoas como se eu estivesse numa bolha.
como se não fizéssemos parte do mesmo meio.
como uma análise ou sei lá o que.
as pessoas pisando em poças d'água, com pressa, correndo.
as gotas espirrando.
a mulher do meu lado fumando um cigarro, a brasa descendo.
vejo o trago entrando na boca, quase que em câmera lenta.
um homem fala ao celular.
os sons estão distantes e ecoando e eu não entendo o que diz.
acho que nem queria também.
está frio e tem um homem sem camisa deitado no papelão.
nas suas costas, uma cicatriz gigante de queimadura.
ele treme e eu fecho os olhos rápido, não querendo ver.
mas fica na mente. não adianta. vem e volta, de novo e outra vez.
...e o cara feliz do skate está lá.
Deus me perdoe, mas como ele me incomoda.
um pedaço de gente que fica na Sans Pena.
sem pernas, sem um dos braços e com o outro atrofiado.
fica num skate, com um walk man antigo que nem deve funcionar.
e ele dá bom dia, todos os dias, chova ou faça sol, pra cada uma das pessoas que passam.
ele não pede dinheiro.
ele não vende nada.
ele sorri e dá bom dia.
ele lembra me lembra cada dia como sou ingrata.
e me incomoda.
e me brota lágrima.
um hoje cinza, um hoje chovendo, e ele ali, dando com dia, no cantinho da marquise.
logo depois, ainda atordoada, vejo as pessoas descendo correndo na escada do metrô, num fluxo constante.
sombrinhas coloridas pontuam vida no mar de guarda-chuvas pretos.
e todos eles se fecham, sincronizados, ao término da escada e ingresso na estação.
e eu também entro.
silêncio.
cada formiguinha sabendo exatamente pra onde deve ir, numa ordem já conhecida.
corro pra entrar no vagão do metrô já quase de saída e empurro as pessoas pra poder encontrar o meu lugar.
caras de cansaço, de tristeza, de esperança.
cheiro de perfume, de cigarro, de guardado.
uma mulher velha, com um péssimo hálito, tenta puxar assunto.
eu sorrio sem dar trela, pra não estender o papo.
e ela tenta com outro e outro e outro.
e todo mundo muito ocupado com seu o próprio umbigo pra se preocupar com a carência daquela senhora.
e as estações vão passando numa contagem regressiva.
e é quase uma contagem regressiva pro meu dia começar.
eu, ali, na minha bolha.
tão distante e tão igual a todo mundo.
tão ocupada com o meu infinito singular, que é tão singular quanto o infinito de todo mundo.
mas isso, daqui da minha bolha, eu não vejo.
só vejo a vida distante acontecendo.
só me vejo aqui, vendo.
só.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

quentura

minha orelha tá quente.
muito quente.
fico me perguntando se tem alguém falando mal de mim
ou se ela tá reclamando por estranhar que pararam de falar por um segundo.

eu, particularmente, preferia a primeira.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

elefante branco

Queria um ar condicionado.
Mas não cabe na minha janela e nem no relógio bifásico do elefante branco em que moro.
Queria uma parede lisinha e tábuas corridas no chão.
Mas não cabe nas intenções do proprietário do elefante branco em que moro.
Queria um elevador.
Mas não cabe na estrutura do elefante branco em que moro.
Queria um porteiro, pra fingir que tem alguma barreira pra quem quer que queira entrar.
Mas não cabe nas projeções do elefante branco em moro.
Queria uma descarga.
Mas não cabe na pressão de água ridícula do elefante branco em que moro.
Queria silêncio.
Mas não cabe no perfil do bar e dos pontos de ônibus que têm em baixo do elefante branco em que moro.
Queria uma instalação decente para máquina de lavar.
Mas não cabe na planta do elefante branco em que moro.

Mas aí eu lembro que tenho onde morar.
E lembro da necessidade de gratidão e do discurso de que tantos não têm.







E aí calo a boca e paro de chamar aquele elefante branco de elefante branco.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

superstar

"Superstar" do Sonic Youth.
Sensação deliciosa enquanto a música derrete vagarosamente nos ouvidos.
Fecho os olhos e sinto-a em mim, como um bálsamo tranquilizante.
Dopada. Completamente dopada pela melodia.
Superstar.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

insônia zumbi de merda

Insônia.
Nunca tinha tido.
Nunca imaginei que teria.
Triste ingresso no mundo de preocupações frenéticas e ecoantes.
A mente não se rende ao cansaço físico e insiste em manter um índice elevado de rotações por minuto.
Pequenos sustos insistem em interromper o adormecer recente, trazendo-o novamente à condição prévia e mantendo-te escrava daquele estado dorme-não-dorme, sem despertar de fato ou cair no sono de vez.
Insônia zumbi de merda.
Milhões de imagens girando rápido numa roleta, vozes ecoando repetindo frases chaves, sentimentos reprimidos se misturando nos segundos pré-susto despertador.
Até que acordo - no susto.
E olho pro lado pra me situar.
E ouço a chuva lá fora cair.
E tento amansar o coração palpitante, diminuir o ritmo interno e calar a boca dos pensamentos tagarelas.
E aos pouquinhos vou tentando adormecer de novo.
E tudo volta a se agitar, e o ritmo volta a disparar, e o susto novamente vem.
Putz!...
Insônia zumbi de merda!!!...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

flagra

Curioso quando a gente se pega no flagra.

Quando estamos seguindo um fluxo de raciocínio e, logo após, nós mesmos engulimos à lógica que julgávamos estar ali, como num xeque mate inesperado da nossa consciência aos nossos próprios pensamentos.

É como se subíssemos mais um degrau de percepção de mundo e víssemos a nós mesmos lá embaixo, sem possibilidade de esconderijo.

E é curioso.

Curioso sair do piloto automático quando nem havíamos percebido que estávamos nele e voltar pro manual, assumindo toda a complexidade de nos olharmos.
De tentarmos nos avaliar.
De admitirmos pra nós mesmos o que sentimos e pensamos lá no fundo, que, aliás, muitas vezes vai de encontro com o que queríamos sentir e pensar de verdade.

E é curioso isso de se pegar no flagra.

Se pegar assaltando a geladeira dos pensamentos à meia noite, achando que ninguém vai ver, mas... ops! Você estava lá! E viu! E se descobriu um pouco mais! E se percebeu mais humana! Mais cheia de defeitos, e, incrível! Esse eu nem sabia que tinha, rs!...

Mas estava lá no fundinho da geladeira dos pensamentos... e eu bem me peguei indo lá assaltar no meio da noite!...

Me peguei no flagra!!!
Explicitamente um flagra!!!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

uma semana de folga

Se eu tivesse uma merecida semana de folga e se essa semana fosse a partir de hoje, eu fico na dúvida se eu iria viajar.
Lógico que viajar sempre é a primeira coisa que vem em mente, como um ícone do distanciamento físico e mental da rotina massante e como uma espécie de renovação interna de ânimo e disposição.
Mas eu não acho que iria viajar...

Aí penso que iria dormir por uma semana. Acordar às dez e meia pro árduo compromisso de tomar café da manhã; e, logo depois, voltar e dormir um pouco mais. Ficar rolando na cama entre filmes, sonhos, cochilos, chocolates e três travesseiros, num lençol bem macio e sob um edredon delicioso (lógico que não tô considerando o calor infernal, tô falando no cenário do dormir ideal)...
Mas eu também não sei se dar-me-ia o mole de dormir assim...

... Cara, me dói dizer isso... me sinto velha, metódica, chata, quase uma portadora irremediável de toc, mas, sim, eu acho que se eu tivesse uma semana de folga eu arrumaria a casa!!!...
Ca-ce-te!!! Como essa casa tá me irritando!!!... Aparentemente tudo está em seu devido lugar. Quando entro o brilho do chão quase me faz esquecer a desorganização extrema que a boa aparência maquiada pelo cheiro de desinfetante esconde!...

Cadê a Mariana que sabia que a tesoura estava na segunda gaveta, dentro da gavetinha de puxador azul ao lado do grampeador vermelho???? E eu lá sei onde está a merda do grampeador vermelho?!?!!? E eu lá sei se a gavetinha de puxador azul ainda está ali, na segunda gaveta, ou se já foi pessear em qualquer outro lugar?!?!?!...

Às vezes acho que sou controladora demais. Às vezes acho que só sou organizada. Às vezes acho que não gosto de perder tempo com algo que sabia que podia ser otimizado se eu tivesse dado a devida atenção desde o início... Mas.. enfim... não importa!!!

Calcinhas, meias, sutiãs, biquines, faixinhas, tops... antes cada um tinha sua gaveta. Agora existem gavetas híbridas que se revezam em me fazer de idiota, deixando sempre pra última a ser aberta estar guardando o que eu de fato estava procurando.

Minhas camisetas, antes tão perfeitamente organizadas por tecido e finalidade, agora dividem espaço com shorts. Blusas de manga compridas e curtas, que antes nem se falavam, estão íntimas - e esse movimento de socialização do meu armário me irrita ao extremo!!!...

Cara!!.. Revistas e papeizinhos em todas as gavetas da mesa do computador. Canetinhas coloridas em todos os lugares capazes de as comportarem. E fios, Senhor!, muitos fios! Carregadores de celulares, extensores, fones de ouvido, cabos RCA, carregador do carrinho de controle remoto, da moto à bateria, das pilhas recarregávies. Cabos USB. Milhões. Zilhões!... Maldita cultura Wi fi que não pega!!!....

Enfim... que triste isso!... Uma semana de folga. Uma mísera e desesperadamente desejada semana de folga. E eu querendo empenhá-la em arrumar a casa, rs...

Sei lá.. depósito de expectativa de arrumar aqui dentro junto. Deve ser. Ver se pega por osmose, rs... Se introjeto a ordem. Porque do jeito que tá, não vai dar pra continuar!...

E que venha minha semana de folga... rs...

avó

Que Deus abençôe os olhos d'água.
Que guie.
Que dê forças.
Que de renove o ânimo e a coragem que nunca faltaram.

Que Deus abençôe os olhos d'água.
Que eles continuem a Lhe servir.
Que continuem a plantar.
Que continuem a semear sorrisos, esperanças e amanhãs.

Que Deus abençôe os olhos d'água.
E que continuem a jorrar a vida de sempre.

Amém.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

e continuam puxando...

E, retifico o que já fora dito: puxam-se sacos ou tapetes.
Ou ambos.
Ao menos a grande maioria.
E sem muito disfarce, sem muito rodeio.
Simplesmente saem puxando por aí, obedecendo, cegos, ao ego inflado; ao desejo desmedido, à ambição.
E riem enquanto puxam, independente de qual dos dois seja a opção.
E puxam.
E acreditam crescer.
E se sujam.
E acreditam subir.
E se enganam.
E puxam.

verão... que maravilha!

Verão...
Sol, praia, bronzeado, gente bonita...
que maravilha!!!!

Calçadão do Leblon, bicileta na Lagoa, mergulho de rio em Lumiar...
que maravilha!!!!

Ar parado, calor no auge, suor simultâneo em todos os poros do corpo, sensação de peso até pra respirar...
que maravilha!!!

Oito horas da manhã ir se arrastando pro trabalho, apagando rapidamento todo e qualquer traço de frescor que o banho matinal possa ter porporcionado enquanto as pessoas suadas se esfregam já de manhã num metrô super lotado...
que maravilha!!!

Pressão 9 por 6, lerdeza na alma, no corpo, no pensamento...
que maravilha!

Nossa! Verão! Adoro taaanto!!!!!...
ma-ra-vi-lha!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

tentando catar flores no concreto

De-si-lu-são!
Total!

E eu me sentindo uma idiota romântica por tentar fazer poesia de uma engrenagem fria.

Escrevi o post abaixo emocionada. Sério!... Eu era especial, tinha um papel único dentro da história daquele restaurantezinho agradável. Eu era a cliente quatro mil duzentos e alguma coisa, oras!!!...

Bom...
Fui lá hoje - de novo.
Me deu vontade de contribuir um pouquinho mais e de assumir um outro papel único e atemporal na história do pequeno empreendimento. Fui determinada a ser "a" cliente algum outro número!!!...

Entrei, me servi, pesei e recebi a comanda.
E...... como assim??????
Eu era a cliente quase seis mil!!!

Cacete! Quase seis mil! Em uma semana de diferença?????????...

Ficou claro! Tristemente claro! Contagem mensal... só pode!...
Contagem cíclica. Mecânica. Sem graça. Sem sentimento.
Máquina. Só máquina!...

E me senti uma idiota, como já falei.
Me senti querendo catar flor no concreto.

Eu era um número qualquer, como milhões de outras pessoas já foram. Era mensal.
Não era um troféu o meu "quatro mil duzentos e alguma coisa". Era o acaso daquele mês, dentro da contagem de um sistema. Um sistema muito maior do que a beleza ingênua da minha concepção carente de antes.

A comida já não foi mais tão gostosa. O empreendimentozinho aconchegante ficou parecido a um fast food qualquer. A degustação passou a ser uma sustentação vitamínica do corpo... E o meu quatro mil duzentos e alguma coisa foi num piscar de olhos pra quase seis mil.
Sem nada de especial.
Sem participação única na história de coisíssima nenhuma.
Sem mágica.
Sem nada.

Só frio assim.
Como um concreto sem flor.

Quatro mil duzendos e alguma coisa

Esses dias fui num restaurante aqui no centro almoçar.
Na comanda estava escrito que eu era a cliente quatro mil duzentos e alguma coisa.
Curiosa a sensação de saber, rs.
Eu estava ali, quatro mil duzentos e alguns clientes depois de um sonho.
Quatro mil duzentos e alguns clientes depois de uma aposta.
Sendo, inclusive, junto aos quatro mil duzentos e alguma coisa, instrumento de manutenção daquele projeto.

Me senti tão importante.
Eu, a cliente quatro mil duzentos e alguma coisa!!!...

E boa sorte pros corajosos por apostar no sonho quatro mil duzendos e alguma coisa clientes antes de mim. E muito gostosa a comida, inclusive, que os quatro mil duzendos e alguma coisa clientes comeram, rs...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

longe

e as promessas continuam a ir pra longe.
cada vez mais longe
e tão longe que eu nem me lembro como é sentí-las aqui
e tão longe que eu nem me lembro como é acreditar.

e elas vão ficando pequenininhas
lá no infinito da ingenuidade que um dia as comprou.

e vão ficando longe.
cada vez mais longe.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

sai o chão e fica o vazio

sai o chão e fica o vazio.
fica um sonho que eu não consigo me lembrar qual era.
fica uma placa em branco, sem indicar direção.

sai o chão e fica o vazio.
fica o desespero por me agarrar no que eu não consigo encontrar.
fica uma queda livre sem previsão.

sai o chão e fica assim.
um vazio.
sem chão.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

só vim dar um "oi"

Nooooooossa!

Muito tempo que não posto!

Muitas coisas que comecei a escrever e não consegui terminar.....



Aos pouquinhos vou terminando e postando, pra ir, aos poucos, finalizando a sensação de coito interrompido de um texto postergado pela demanda de mim pro mundo.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

espetáculo

Hoje pedi para o meu filho - uma gostosurinha mirim de três anos de encanto e esperteza - colocar os chinelos pra andar no chão frio.
Eis que ele solta, com aquela vozinha magicamente doce, um "sim, sim, minha rainha", seguido do sorriso mais escancarado de quem sabe que falou uma gracinha daquelas que a gente não espera.

Vontade de morder, apertar, beijar até amassar de tanto beijo, rsrsr!

Ontem (ou ante-ontem) eu tava explicando pra ele umas coisas. Algo simples, daquelas coisas que o costume faz a gente esquecer que aprendeu um dia (parece que nasceu com a gente!) e que ensinar de novo faz a gente perceber como é mágico re-descobrir o que já virou rotina... Acho que era explicando como a gente tem que ligar o fio da caixa de som no computador pra música sair... E ele olha pra mim, com uma carinha de Sherlok Homes e diz "ahhhh! muito inte"l"essante!"..

Hahahahhaha!!!!! "Muito interessante"!!!! Vê se aquilo é gente pra achar alguma coisa muito interessante?!?!?!?!?! ..........Delícia!!!! rsrsrs...

..... Só vim contar a mágica do dia a dia! De perceber cada novidade, cada expressão, cada tiradinha brilhante!!!!!

Espetáculo ali, na cara, pra quem puder ver!!!.........

Ode à Cebola

Cebola
Luminosa redoma
pétala a pétala
cresceu a tua formosura
escamas de cristal te acrescentaram
e no segredo da terra escura
se foi arredondando o teu ventre de orvalho.
Sob a terra
foi o milagre
e quando apareceu
o teu rude caule verde
e nasceram as tuas folhas como espadas na horta,
a terra acumulou o seu poderio
mostrando a tua nua transparência,
e como em Afrodite o mar remoto
duplicou a magnólia
levantando os seus seios,
a terra
assim te fez
cebola
clara como um planeta
a reluzir,
constelação constante,
redonda rosa de água,
sobre
a mesa
das gentes pobres.

Generosa
desfazes
o teu globo de frescura
na consumação
fervente da frigideira
e os estilhaços de cristal
no calor inflamado do azeite
transformam-se em frisadas plumas de ouro.

Também recordarei como fecunda
a tua influência, o amor, na salada
e parece que o céu contribui
dando-te fina forma de granizo
a celebrar a tua claridade picada
sobre os hemisférios de um tomate.
mas ao alcancedas mãos do povo
regada com azeite
polvilhada
com um pouco de sal,
matas a fome
do jornaleiro no seu duro caminho.
estrela dos pobres,
fada madrinha
envolvida em delicado
papel, sais do chão
eterna, intacta, pura
como semente de um astro
e ao cortar-te
a faca na cozinha
sobe a única
lágrima sem pena.
Fizeste-nos chorar sem nos afligir.

Eu tudo o que existe celebrei, cebola
Mas para mim és
mais formosa que uma ave
de penas radiosas
és para os meus olhos
globo celeste, taça de platina
baile imóvel
de nívea anémona

e vive a fragância da Terra
na tua natureza cristalina.

Neruda

sábado, 27 de setembro de 2008

eu queria tanto...

eu queria que você não quisesse.
pouco importa se você vai ou não.
o que importa é você querer ir.
e só isso, pra mim, já é desilusão.

eu queria que você não quisesse.
queria que entendesse.
que sentisse assim, como eu.

eu queria que você não quisesse.
que estar aqui valesse mais - como eu acho que devesse valer.
que estar aqui tomasse conta de tudo e que os gritos lá de fora não viessem a interceder.

porra! como eu queria que você não quisesse!
ou, ao menos, que parasse de querer.
mas parasse de querer de verdade, sem falsos dilemas pra causar impressão.

eu queria que você não quisesse.
queria que nem ligasse.
queria que estivesse tudo bem se o mundo fosse só eu e você
(porque era pra ser isso o que importa, anyway).

eu queria que você não quisesse.
que não precisasse.
que crescesse.
que se bastasse.
e que pudesse ser só eu e você.

eu queria que você não quisesse.
eu queria que preferisse.
eu queria que tudo aqui fosse tão grande que nem tivesse espaço pra competição.

mas você quis.
e foi.
mesmo comigo querendo tanto que você não quisesse.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

mania de querer o que não foi, mesmo antes de não ter sido.....

Olho as fotos pensando em como tudo poderia ter sido.
Como poderia estar sendo.
Mas séra que poderia????

Dói pensar nas cores que não vejo.
Nos hidrocores que não pegam.
E mai ainda saber que eu destapei cada um deles - e que a tinta secou.
Não pelo tempo. Pelo mau uso.

Cada um dos hidrocores podiam estar colorindo.
Tantos pretos e brancos podiam estar coloridos.
Vivos.

Tanta vida podia estar sendo vivida.
Tantos risos podiam estar sendo ridos.
Curtidos.

E em tantos lugares. E de tantas formas.
Tantas e todas, menos essa aqui.

Sensação estranha.

E eu sei que o que há de errado não é com o mundo.
É em mim.

Mania de ver o que não foi.
De idealizar o que já não vai mais ser.
De sonhar com o que não será.
E que, se for, já não vou mais querer.

Enfim...
Sensação estranha.
Mania estranha de não conseguir ficar bem.

Que raiva!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

sobre o despreparo geral...

Às vezes eu acho que posso ter o mundo.
Deus me perdoe pela prepotência (mesmo!), mas putz!...

Tanto despreparo, tanta falta de organização e comprometimento. Falta de compreensão. Falta de bom gosto, de bom senso.

Sei lá.

Só não dizer se correr atrás de tanto preparo é ponto ao meu favor ou contra mim.

Às vezes tenho vontade de deixar de estar tensa e fazer parte da correnteza. Essa correnteza de despreocupados que lavam suas maõs, terceirizam maiores esforços e cumprem um papel muito bem determinado no todo, sem assumir o que não lhe cabe, sem se preocupar com o que não lhe convem. Que não entendem e estão tranquilos com isso. Que não conseguem, não sabem, e não se incomodam. Não buscam saber.

Mas não consigo ser assim ...
Enfim...

E, às vezes, eu acho que posso ter o mundo, rs...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Sobre descongelamentos possíveis

Ontem assisti "Into the Wild".
História real - e essas sempre são as que mais fazem pensar.
Essas são as desprovidas da desculpa de ser apenas fruto da imaginação de alguém, porque, em sua essência, não são.
São fruto de experiência. De vivência. De realidade.
Chocante assim.
"Into the wild".
Não cabe aqui fazer uma sinopse - não é a minha finalidade.
Quero apenas uma observação. Uma análise. Constatação.
Um paralelo à vida. À minha. À sua. À de quem quiser.
Cansado do mundo, ou do sistema, ou das pseudo-verdades em que acreditamos, ou dele mesmo, um menino sai pelo mundo, depois de se formar. Não dá notícias. Não se despede de ninguém, não importa se é alguém "da base", ou se é um dos conhecidos em suas paradas.
Apenas transita entre espaços - não sei se buscando a liberdade ou fugindo dele mesmo. Acumula pessoas que o querem bem. Acumula carinho. Mas sempre parte. Sempre busca um desprendimento interno, uma "auto-felicidade" utópica.
Sempre parte.
Até que vai pro Alaska. Pro meio do nada. Ele e ele. Ele, o gelo, a caça.
"Into the wild".
E lá fica. Um ano. Sofrimento dos que, sem notícias, o amam.
Sentimento de culpa dos que, sem notícias, buscam um porquê.
E lá fica. Dois anos. Tentando encontrar o que ninguém consegue entender.
Sozinho. Buscando respostas, liberdade, felicidade, complitude, sei lá.
Buscando. Ingênua ou "egoisticamente" buscando.
Até que, um dia, encontra. Ou, sei lá se encontra, ou se dá conta de que não tinha muito o que buscar. Se abre pra ele o vazio daquele mundo de busca solitária que há dois anos ele sustentava. Ele percebe o vão de estar naquele gelo inóspito, fugindo e buscando dele e a ele, ao mesmo tempo. E decide voltar. Decide com alegria, como se tivesse encontrado no que sempre teve a resposta pro que sempre buscou.
"A felicidade só é felicidade quando é compartilhada".
Arruma suas coisas e parte. Mas, desta vez, pro retorno.
E caminha de volta. Caminha até se dar conta que o caminho traçado na ida agora estava descongelado. Caminha até perceber que o que antes era gelo, agora era rio. Violento rio, que o separava da possibilidade de retornar pro mundo e o forçava à voltar pra "busca".
Mas já não era isso que ele queria. E foi o que quis por tanto tempo...
Que ironia!
Ele já não era mais senhor das escolhas. O deserto, agora, era imposição.
E, agora, o maior desejo se voltava contra ele.
Maldita ironia!
E, daí, a valorização do que antes foi negado.
E, daí, a valorização do que antes foi tido como fútil e banal.
E que sempre esteve ali. Logo ali.
Depois de um tempo, ele morre. Morre preso. Preso na liberdade. Preso no seu sonho inconsequente.
Morre.
E eu, chorei. Putz! Chorei muito.
Como disse, um paralelo à vida. À minha. À sua. À de quem quiser.
Um paralelo.
Tantas vezes que achamos que estaremos pra sempre cercados de disponibilidades do mundo. De pessoas. De situações.
E seguimos em frente, contando com elas lá. Pequenas disponibilidades que nos conferem segurança, e que, muitas vezes, acreditamos que sejam tão eternas, que não olhamos. Não nos certificamos. Não zelamos.
E depois, quando queremos voltar, percebemos que deixamos o tempo passar e que o rio descongelou. Percebemos que a certeza que tínhamos, e que tínhamos até agora, existia apenas dentro da nossa ignorância. Percebemos que fizemos, ainda que sem ter consciência, uma opção. E lamentamos por termos optado sem optar, já que, pra gente, até então, estava mais pra uma postergação.
Enfim... percebemos que as escolhas cobram seu preço. Que não temos o mundo a nossa disposição....
Chorei. Lembrei dos meus rios descongelados. De pessoas queridas que eu achei que eram eternas e que não cuidei. Que achei que estariam pra sempre ali ou que eu não percebia a falta que iriam fazer. E que se foram. Simplesmente foram. Cansaram do meu egoísmo e de me assistir perdida nos labirintos criados por mim. E foram!...
E chorei. Lembrei de tantos rios que se mantiveram firmes. Tantas vezes que eu me perdi e que tinha tudo pra não voltar, mas que voltei. Agradeci a Deus por ter sido tolerante e ter mantido "congelados" rios que me trouxeram de volta à mim.
E chorei mais. Lembrei e agradeci também por todos os rios descongelados que eu consegui ter a força e paciência necessárias pra esperar a troca de estação pra poder regressar. Agradeci a aceitação. A serenidade. A paciência.
Mistura de choro de remorso e de agradecimento. De qualquer forma, choro de reconhecimento. De conscientização.
Chorei, por fim, por cada escolha do hoje. Pela re-descoberta do peso já sabido de cada ação. Se hoje opto por estar aqui, amanhã posso lamentar o descongelamento da possibilidade de voltar.
Um ode à responsabilidade para com os atos. À valorização.
É saber que toda opção implica em renúncias, e que temos que avaliar cada passo, pois em alguns momentos podemos voltar atrás... outros não...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

tempo less

acordo pouco depois de ter ido dormir.
chego no trabalho, pisco os olhos e tá na hora de sair correndo pra buscar o lucas.
pego o lucas e logo depois já tá na hora de fazê-lo dormir.
desmaio em seguida, pouco antes do relógio despertar.

antigamente o relógio era mais generoso comigo. juro que ele girava num compasso mais tranquilo. as horas comportavam minutos e os minutos comportavam segundos. hoje não. não dá tempo de enfiar minutos espremidos na hora que passa voando, corrida. e os segundos? arf! segundos são micropartículas imperceptíveis na velocidade frenética de tudo.

falta tempo pra respirar. falta tempo pra sentir. falta tempo até pra eu me achar no meio disso tudo e lembrar de mim.

incrível como a noite e o dia revesam entre o claro e o escuro num espaço de tempo cada vez mais curto. a única coisa que sei é que, geralmente, acordo de dia e durmo à noite. mas a transição entre os dois é algo tão rápido que me foge à percepção. de repente, quando ainda faltam mil coisas pra eu considerar o dia produtivo e concluído, olho lá pra fora e (ih!) tá de noite já. mas... já?!??!?!...

uma coisa atropela a outra tentando dividir espaço no meu dia. espremem - se entre si, buscando uma vaga na minha consideração. quase metrô da carioca às seis e meia.

(e não deu tempo de acabr o post pq eu tenho que ir dormiiiiirrr... não deu tempo... haha.... sutil ironia...)

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

toda moeda tem dois lados

Se por um lado falta um pedaço;
Falta uma parte;
Uma fração.
Se falta falta dividir sonho;
Falta querer junto;
Falta aspiração.
Se falta recurso;
Se falta pulso,
E se falta condição;
Pelo outro tem sorriso;
Tem brilho;
Tem diversão.
Pelo outro tem carinho;
Tem surpresa;
Renovação.
Tem textura.
Tem desejo.
Tem afeto.
Motivação.

Se por um lado falta o que dizer - inclusive pra mim;
Pelo outro às vezes não precisa de palavras pra dar explicação..

Mas é só às vezes.
que ruim!...

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

o mundo devia ser feito de anas.....

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

eu e uma trena

Eu e uma trena medindo a casa.
Eu e uma trena sonhando em renovar.
Eu e uma trena tentando cobrir o vazio.
Eu e uma trena buscando construir um lar.
Eu e uma trena.
Só nós.

domingo, 24 de agosto de 2008

universo frenético do dentro-entorno de mim

Queria a descrição perfeita que me fizesse enxergar e que me ajudasse a perceber tudo que tá dentro de mim.

Tudo aquilo que gira aqui dentro, mas que parece ser a minha volta, sem que eu me misture nem faça parte. Apenas um filme, rápido, em torno da minha mente.

Me deixa tonta e não me deixa perceber cada uma das cenas. Elas apenas passam, enquanto eu tento conseguir captar.

Não dá pra explicar. E é tão rápido que acho que, ainda que eu conseguisse, não me satisfaria, pois deixaria alguma coisa passar; assim como eu deixo a maioria dos milhões de pensamentos que se aglomeram em torno de mim pra serem pensados, nessas épocas de excesso de informações, de lado sem pensar. Assim como eu deixo, sempre, nessas tais épocas de excessos, milhões de imagens de lado, sem captar.

Elas apenas passam, tendo com função prima me confundir e cansar. Não são pensadas, avaliadas, nem descartadas. Ficam ali, ocupando HD. Sendo repetidas em meio a tantas outras. Fazendo um volume mental tão cansativo e enervante, que me dá vontade de deitar. E ficar. E chorar de cansaço, de perturbação, saturação, sei lá.

Saturada! Completamente saturada do que eu não consigo sequer avaliar. É só velocidade dentro de mim. Repetição desordenada de fatos, imagens, palavras, músicas, histórias, hipóteses, incertezas, sorrisos, promessas, momentos, beijos, oportunidades perdidas, oportunidades nunca tidas, opções, intenções... Que se repetem. Agora. De novo. Outra vez. E não sei quais são ao certo. E giram em torno de mim, como se estivessem à parte do eu. Como se não estivessem aqui dentro.

Como se o aqui dentro fosse uma outra dimensão inteira; e como se, nessa dimensão inteira do aqui-dentro, eu fosse bem menor. Um bichinho assustado, acoado em meio a tantas cores, coisas, formatos, fórmulas e barulhos que eu não consigo controlar.

Merda!

Que raiva de estar dividindo isso com milhões de pessoas pelo vazio de não ter com quem dividir.
Raiva de eu ser a mais crítica quanto à super-exposição gerada pelas tendências de existência virtual e por eu me enquadrar cada centímetro no que eu condeno.
Raiva! E é simplesmente estar perdida demais e não ter com quem falar. Não sentir que tem a quem recorrer.

Que raiva!....

domingo, 17 de agosto de 2008

8 ou 80

Como eu invejo os "transístors" e todo poder da gradação milimétrica da sua capacidade de adequação...
Enquanto eu, interruptor ordinário, limito-me à dicotomia do sim e do não.
Sempre escrava de uma inflexibilidade emocional determinante, pulo do 8 pro 80 sem escalas, sem rodeios, sem segurança, motivo ou razão.
Simplesmente assim... extremista... hiper(ou "hipo")bólica.... sempre rígida demais dentro da minha opção...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

"Será?!?!?!?!??!...."

Eis que me pergunto, depois de uma conversa que me fez relembrar o tema e recolocar em voga questionamentos que já são antigos: até que ponto o que eu lembro é real e até que ponto o que eu lembro é uma construção mental de desejo de realidade? Independente da origem da lembrança, sejam elas boas ou ruins.

Se de um lado eu tenho lembranças péssimas e pesadas que podem ter sido amenizadas pela minha memória seletiva, por outro, posso ter tido memórias de eventos mais amenos recriadas pela auto-piedade, e assim, ainda que ruins, podem ter sido armanezadas numa base de supervalorização de sofrimentos menores, pra eu ter embasamento nos momentos de pena de mim...

Será???!?!?!?!?!

Muito estranho pensar que nada do que constitui a gente - a história - pode ser real. É lugar comum o "quem conta um conto acrescenta um ponto"... mas... e quando os pontos acrescentados são a histórias contadas por você pra você mesmo???

Fica uma coisa meio "1984" do Orwell... Passado adequado ao que nos é conveniente no presente, buscando fazer com que este se torne mais "valorizado", se é que esta é a melhor palavra pra isso...

Seraáá???!?!?!?!

Sei lá!!!... tô aqui pensando nisso....
Lembro da minha história... ou pelo menos lembro do que lembro da minha história...

E fico pensando...

"Será?!?!?!?!??!...."

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

qual era mesmo a graça?

Poucas coisas me deixam mais tensa do que a adequação necessária da correria do dia à responsabilidade de, independente de como, independente de a que custo - independente de tudo, na verdade - ter que estar na porta da escola do meu filho pra buscá-lo, pontualmente, no horário da saída.

Às 10 da manhã eu já estou contando os segundos e planejando como vou cronometrar os passos entre a saída do meu trabalho e o meu rostinho sorridente e pontual no portão amarelo.

Depois disso, uma outra coisa que me deixa tensa é a certeza de que, também tão independente de qualquer fator quanto o dado exposto anteriormente, o teto máximo do meu horário de sono é às oito. Sábado, domingo, sol, chuva, frio, calor: oito! Sete e meia, pra ser mais cruelmente exata!...

Vou dormir já resmungando pra mim os murros de realidade que cada um dos raios de sol da manhã seguinte vão vir dar na minha cara, determinando de maneira pouco delicada a sentença pesada do despertar prematuro pra mais um dia.

Por fim, uma terceira tensão: a certeza de que, ainda que transbordando de ânimo e de disposição, ainda que com o corpo implorando pra seguir o ritmo perfeito de alguma batida dançante, e ainda que com o desejo de extravasar toda alegria e sensualidade contida, eu não vou poder sair à noite. N-ã-o! Não importa qual a proposta, qual a festa, qual o show, qual a boa - não!!! Filminho da TV. No computador, se eu quiser sentir um pouquinho de aventura em baixar alguma cópia e saber que adentrei o campo do proibido, rs. Nó máximo! Não mais que isso!...

Tudo por assumir a responsabilidade de tê-lo. Tudo por assumir o compromisso de cuidar e educar. Tudo por ser mãe.

E é muito louco como isso se dá!...

Lucas foi passar a semana com o pai. Foi levar aquela luz branca e mágica que vem dele pra lá.

E eu agora, tô aqui. Sentada. Escrevendo. Tudo que eu sempre olho lá do outro lado do rio, como se fosse distante e inalcançável - e que eu lamento tanto o ser - está aqui. Atravessei o rio!!... E que sem graça o lado de cá.

Tô "livre". Posso chegar em casa a hora que quiser. Posso ficar no trabalho sem me preocupar. Posso dormir até o meio dia. Posso ir ao cinema. Posso ir à festas. Posso dançar. Posso degustar. Posso quase tudo. E... e... e... e o que??? E daí?!?!???...

E... qual era a graça mesmo de poder????...

Rs... muito curioso isso!

Cadê a minha finalidade noturna??? Cadê meu sorrisinho encantado??? Cadê os olhinhos de esperança e magia me esperando guiar e ao mesmo tempo me dizendo a direção???

Ah!!! Que sem graça isso aqui!!! Que flores mais sem cheiro, que grama mais espetenta, que rio mais sem peixes, este do lado de cá. De lá de longe parecia tão legal. Parecia que tudo seria tão mais tranquilo. E que nada! Que sem graça isso aqui!!!...

Vou chegar em casa (tô no trabalho ainda, às nove da noite!...)... e...? E o quarto vai estar apagado. E a casa vai estar vazia. E o pedaço mais lindo de mim não vai estar lá...

E eu volto a perguntar... E qual era mesmo a graça??????

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

preguiiiiiça...

tô com sono e tô com preguiça de deitar...
tô com fome e com preguiiça de mastigar...
tô com nojo da sensação de rosto colento e com preguiça de me banhar...
enfim...
e se eu tô com preguiça de me satisfazer e agradar...
imagina em pensar em ter que madrugar pro trabalho amanhã de manhã???
:D
rsrsrs...

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

puxa aqui e puxa acolá

Dentro da lógica empresarial de busca pelo destaque (e consequentemente pela ascenção), incrível a percepção da potencialização das possibilidades quando se puxa sacos ou tapetes.

Dos dois, pelo menos um. Os os dois em um, o que é pior ainda....

Enfim....

Sem comentários!!!...

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

carta ao gilson martins

Hahahah!...

Em outubro do ano passado comprei uma bolsa na Gilson Martins e tive que trocar. Mas só que tava escrito na etiqueta que não podia. Mas eu TINHA que trocar. E escrevi um e-mail para o cara, rs, pra tentar viabilizar a intenção....

Achei o e-mail agora. Reli. Re-ri. E resolvi postar! hahaha... Eh! E é claro... Consegui trocar!!!! rsrsrs...

"Caro Gilson Martins (tenho a pretensão de escrever diretamente para o Gilson por intencionar fortemente que este e-mail chegue, de fato, em suas mãos),
meu nome é Mariana Marra.
Antes de tudo, acho importantíssimo elogiar ao extremo toda sua coleção. Simplesmente maravilhosa, sempre!
Estive um dia desses numa peça da Elisa Lucinda,e, em determinada altura do espetáculo, pouco antes de fazer uma brincadeira com o público cujo prêmio era uma bolsa sua, ela perguntou: "quem não gostaria de ter uma bolsa do Gilson Martins?". E eu, aqui, hoje, corroboro a pergunta: quem é que não gostaria???...
Bom, enfim... seja lá quem for, não estou inclusa neste grupo. Sou pertencente à descarada maioria que adoraria poder ter uma das suas bolsas. Uma não, várias. Uma de cada, se possível.
Aliás, é impulsionada por justamente este desejo que, sempre que passando por Ipanema, pelo Rio Sul ou por Copa, dou um jeitinho de parar em frente às vitrines, dar uma olhada, entrar na loja... um jeitinho de alimentar minha vontade e de manter acesa a chama do "um dia eu ainda vou ter uma dessa, uma dessa, uma daquela"... mulheres e sua paixão inexplicável por bolsas, rs, acho que você entende bem...
De qualquer forma, um desejo que ainda se configura distante.
Acho que é bastante famosa a dificuldade da situação dos "recém-formados", lutando em busca de um lugar ao sol no mercado de trabalho. Pois bem... no meu caso, eu sou uma "ainda não formada", rs, o que aumenta consideravelmente a dificuldade, e, consequentemente, afasta um pouquinho mais a perspectiva da possibilidade de um armário com a variedade de acessórios que eu sempre quis e que tanto espero poder ter, rs.
Bom... estou dizendo isso tudo, na verdade, pra poder pintar o cenário em que eu estava ontem, dia em que eu pude (felizmente!) comprar uma bolsa nova! Uma folguinha no orçamento somada à criação psicológica de uma extrema necessidade de uma bolsa nova me conduziram até à sua loja. Entrei no estabelecimento com um certo sorriso no olhar, aquele de quem sabe que os dias de "entrar, olhar e sair com as mãos abanando" estavam contados.
Há muito eu já vinha "namorando" a coleção do Rio de Janeiro (aquela que todas as bolsas são exclusivas, sempre com casinhas lindas e coloridas), e decidi que seria uma destas que eu iria comprar. Fui até a loja de Copa, olhei, apreciei, me apaixonei... até que decidi por uma determinada bolsa (lindíssima!!!). Pra ter certeza da compra, fui até a loja de Ipanema, para me certificar de que não estaria deixando pra trás alguma outra mais bonita. E, de fato, pude constatar que não havia nenhuma outra que me atraísse tanto - a minha escolha havia sido a melhor!... Telefonei, então, pra minha mãe que estava em Copa, pedindo pra que fosse, finalmente, comprar a bolsa que eu havia escolhido.
Cheguei em casa à noite e ela estava lá, em cima da minha cama, com um laçarote, olhando pra mim com cara de filhotinho escolhido em feira de animais, rs, toda feliz por eu tê-la comprado. E eu, mais feliz ainda, ansiosa pelo dia seguinte, pela brilhante estréia da minha bolsa nova tão minunciosamente escolhida.
Hoje pela manhã, escolhi com cuidado uma roupa que combinasse perfeitamente com cada um dos detahes da bolsa - afinal, uma estréia é sempre uma estréia, rs. Com orgulho cortei a etiqueta do "este produto não pode ser trocado" e com cuidado tirei a outra com a logo "Gilson Martins", como se estivesse, naquele ato, atestando a posse do objeto. E fui pra rua.
São Pedro, pouco amigo meu, tratou logo de mandar uma chuva...
Chuva?!? Na minha bolsa nova?!? De jeito nenhum!!!... E, cuidadosamente, cobri a bolsa com a minha jaqueta, pra que os pingos fossem pra esta e não pra aquela.
Já chegando no ônibus pude perceber que cada vez que os botões da jaquela encostaram na bolsa originaram um risco diferente no corpo do objeto, o que me fez ficar bastante triste.
Fui então analisar a bolsa de uma maneira mais fria, e pude perceber que, por mais lindo que o material do qual ela é feita seja (e, de fato, é lindíssimo), ele é absurdamente passível à marcas e arranhões. E quando eu digo "absurdamente", realmente quero dizer isso.
Pude perceber que, ecostando o dedo de uma maneira mais incisiva, a bolsa é marcada. E, pior ainda, pude perceber, sendo assim, é impossível fazer com que ela permaneça imune à frenética rotina carioca. Simplesmente não há como usar a bolsa no dia a dia e mantê-la sempre bonita.
Acredito que você saiba de qual material estou falando. Um sintético marrom que tem a aparência fosca. Se ficar melhor usar uma referência, pude perceber que, no site, dentro de "Bolsas femininas", no sub-ítem "estilo", uma bolsa de material similar está disposta na terceira linha, sendo a segunda da esquerda pra direita.
Bom... mas, enfim... a questão é que eu fiquei frustradíssima com a minha compra. Mesmo.
Já tenho uma outra bolsa da Gilson Martins que, ainda que utilizada sempre, permanece como nova, e foi justamente atrás desta qualidade de produto (que eu já havia atestado) que eu fui - a qualidade que permitiria que a minha bolsa, ainda que utilizada constantemente, pudesse sempre oferecer uma boa aparência.
E não foi isso que encontrei.
Encontrei uma bolsa que, com um dia de uso, parece velha, ainda que eu tenha tido o máximo de cuidado ao evitar chuva e, posteriormente, tenha buscado loucamente evitar atritos rotineiros quase inevitáveis...
Por fim, ecoa em minha mente a repetição do "este produto não pode ser trocado", estampado na infeliz etiqueta que eu cortei com tanto orgulho hoje pela manhã e que, agora à noite, eu lamento tanto ter havido a existência. Queria realmente poder fazer a troca do produto. Pegar uma bolsa com algum material menos sensível, estando antenada neste quesito durante a escolha, já que foi algo em que sequer pensei ontem durante a compra.
E é por isso, Gilson, que lhe escrevo. Em primeiro lugar, como já foi dito, pra elogiar descaradamente a sua coleção. Brihante, sempre. E, num segundo momento, pra relatar minha experiência de compra, não apenas com o intuito de saber se há a possibilidade de troca, como também pra dar um toque quanto à minha frustração, podendo, quem sabe, contribuir pra loja de uma maneira mais geral.
Agredeço demais a atenção e aguardo sua resposta,
Mariana Marra"

terça-feira, 29 de julho de 2008

beijos não são batmans

Por favor, alguém me ensine a ser mãe!
Alguém me ensine a saber lidar com ter que educar, acarinhar, mostrar, direcionar e trabalhar pra sustentar... e tudo ao mesmo tempo!...
Alguém me ensine como fazer, como proceder, como medir, como dosar, como arcar!... Me ensinem, por favor!

Meu filho é lindo. É gostoso, é cheiroso, é a criança mais esperta, engraçada, fofinha e com tiradas brilhantes. Meu filho é tudo pra mim. É o que me faz acordar de manhã, engolir seco o saco cheio, respirar fundo e me enquadrar. É o que faz eu voltar pra casa à noite. É o que justifica tudo. É o que me faz querer ser melhor. É o que me dá esperança. É o que compensa a solidão. É o que quebra minha raiva, o que me dá forças, o que adoça o desgosto. É ele. É filho. Quem tem sabe o que é.

E eu não consigo me imaginar mais mãe. Eu tento ser o melhor de mim. Eu sou dura quando tenho que ser e me derreto todas as outras vezes. Eu abro mão, renuncio tudo que eu queria tanto fazer - e Deus sabe como eu queria! - por saber que faz parte de um ideal muito maior e por amar esse idealzinho mirim mais que tudo. Não tenho mais noites de festa nem manhãs de sono. Aliás, muito mal tenho noites de sono, indo mais pro campo da normalidade....

E, como toda mãe moderna, classe média, e separada da união que nunca nem aconteceu, eu ralo. Ralo muito. Ralo firme. Ralo bem. Saio às sete, quando o sol acabou de dar as caras. Volto às sete, quando ele acabou de ir. E, já na subida dos muitos lances de escada que separam a portaria do meu prédio do meu apartamento (no último andar de um sem elevador!), eu vou repetindo pra mim que ele não tem nada a haver com toda a frustração, cansaço, dores e raivas que eu possa estar. Já subo ensaiando o sorriso, resgatando a disposição e estabelecendo uma separação entre o lar e o não-lar, buscando ser (e dar) o melhor de mim. Já subo me preparando pra participar e afastando a tentadora idéia de me jogar na cama. Já subo imaginando o sorrisinho mais lindo que vai estar lá pra me receber, e subo mais rápido só de pensar naquele corpinho pequenininho se mexendo perfeitamente e casando palavrinhas, formando frases perfeitas, surpreendendo a cada dia... Já subo pra ele, e simplesmente por ser pra ele.

E eis que chego em casa ante-ontem e me deparo com meu filho se despedindo da babá com um beijo. Um não. Vários. Acompanhando-a pelo corredor e gritando "tchau" enquanto ela sumia na escadaria sem fim.
... E me recebendo pedindo um Batman igual ao do João Pedro!!!
E, na minha tentativa de abraçá-lo forte, com um sutil empurrãozinho, ele retornou ao Batman do João Pedro!...
E, mesmo com uma resposta meia boca minha de "depois a gente fala do Batman" e com o meu pedido sorridente por um beijo, mais uma vez, o maldito Batman do João Pedro!!!!...

Porra! E o MEU beijo???...

Lógico que, numa má separação do binômio mulher moderna já exposto entre o lar e o não-lar, eu despejei, numa bronca exagerada, que eu era mãe e não banco. Que ele está muito mal acostumado, que ele tem muitos brinquedos e blá blá blá...

Bronca exagerada porque eu trouxe, na longa extensão não citada do "blá blá blá", toda a frustração do resultado vazio de um esforço absurdo. Trouxe a raiva por ralar igual a uma corna pra pagar aluguel, luz, gás, telefone, escola e, inclusive, a amada babá, e ter, em troca, a imagem de viabilizadora de conquistas materiais pro meu filho. Beijo??? Não!!! Eu quero é Batman!!!
E como doeu!!!...

Depois da extensa bronca, ele dormiu. E eu chorei. E eu tentei entender esse mundo. E eu tentei entender a lógica em trabalhar o dia inteiro pra poder dar tudo pra alguém, tendo como preço mais caro, a distância deste mesmo alguém. Eu juro que eu tentei entender... Aliás... eu juro que tô tentando até agora!... E eu sei que é qualidade e não quantidade. Clichêzão, eu sei. Mas dói perceber que os beijos tão virando Batmans. E eu não quero deixar isso.
Não quero!!!!...

sábado, 19 de julho de 2008

sutilezas

*foto do tato.

unhonas!

Minha unha está grande!
Muito grande!
Tão grande que faz barulho quando bate na mesa.
Tão grande que eu coço meu rosto sem encostar a ponta do dedo.
Tão grande que eu aperto o botão do microondas só com ela.
Tão grande!...
E eu me sinto tão feminina por causa da minha unha tão grande!
E eu fico olhando pra minha mão com tanto orgulho!
E fico batendo na mesa e coçando o rosto e apertando botões...
Só pra me lembrar que ela está tão grande!...
E é engraçado...
Coisa tão pequena (1,5 cm em cada unha!), mas faz uma diferença tão grande!...
Tão grande!...
rs...

segunda-feira, 14 de julho de 2008

desmotivação

Nossa!
Há um tempão sem postar!...

Curiosa a dificuldade que eu tenho de manter as coisas.
Tudo é fogo de fósforo.
Acende forte, queima com vontade, mas por pouco tempo.
A brasinha morna que aconchega nem 'chega a chegar'.

Me dedico muito e pra sempre por um ou dois meses.
Depois desmotivo.
Desvalorizo.
E pulo prum outro galho.
E me supreendo e me empolgo e me entrego.
E me frustro.
E começo tudo outra vez.

"E lá vou eu de novo!
Tudo de novo dum novo começo..."
Aqui, dentro de mim.

E quero tanto aprender a recriar.
A trocar as roupas do que é velho, a reiventar.

E quero tanto aprender a manter,
Ao invés de conquistar....

Aprender a atribuir a real dimensão de tudo.
Deixar de fantasiar.

Sei lá...Quero voltar a acreditar.
Preciso!
Muito!
Mesmo!
Já!..............

quinta-feira, 3 de julho de 2008

antes de ser mãe

Recebi esse textinho por e-mail.
Me fez rir e chorar.
Então... resolvi postar! :)


Antes de ser mãe eu fazia e comia os alimentos ainda quentes
Eu não tinha roupas manchadas.
Eu tinha calmas conversas ao telefone.
Antes de ser mãe eu dormia o quanto eu queria e nunca me preocupava com a hora de ir para a cama.
Eu não me esquecia de escovar os cabelos e os dentes.
Antes de ser mãe eu limpava minha casa todo dia.
Eu não tropeçava em brinquedos nem pensava em canções de ninar.
Antes de ser mãe eu não me preocupava se minhas plantas eram venenosas ou não.
Imunizações e vacinas eram coisas em que eu não pensava.
Antes de ser mãe ninguém vomitou nem fez xixi em mim, nem me beliscou sem nenhum cuidado, com dedinhos de unhas finas.
Antes de ser mãe eu tinha controle sobre a minha mente, meus pensamentos, meu corpo e meus sentimentos.
... eu dormia a noite toda ...
Antes de ser mãe eu nunca tive que segurar uma criança chorando para que médicos pudessem fazer testes ou aplicar injeções.
Eu nunca chorei olhando pequeninos olhos que choravam.
Eu nunca fiquei gloriosamente feliz com uma simples risadinha.
Eu nunca fiquei sentada horas e horas olhando um bebê dormindo.
Antes de ser mãe eu nunca segurei uma criança só por não querer afastar meu corpo do dela.
Eu nunca senti meu coração se despedaçar quando não pude estancar uma dor.
Eu nunca imaginei que uma coisinha tão pequenina pudesse mudar tanto a minha vida.
Eu nunca imaginei que pudesse amar alguém tanto assim.
Eu não sabia que eu adoraria ser mãe.
Antes de ser mãe eu não conhecia a sensação de ter meu coração fora do meu próprio corpo.
Eu não conhecia a felicidade de alimentar um bebê faminto.
Eu não conhecia esse laço que existe entre a mãe e a sua criança.
Eu não imaginava que algo tão pequenino pudesse fazer-me sentir tão importante.
Antes de ser mãe eu nunca me levantei à noite a cada 10 minutos para me certificar de que tudo estava bem.
Nunca pude imaginar o calor, a alegria, o amor, a dor e a satisfação de ser uma mãe.
Eu não sabia que era capaz de ter sentimentos tão fortes.
Por tudo e, apesar de tudo, obrigada, Deus , por eu ser agora um alguém tão frágil e tão forte ao mesmo tempo.
Obrigada Deus por permitir-me ser Mãe!

segunda-feira, 30 de junho de 2008

lucas



Meu motivo, minha força, minha esperança, alegria.
Meu momento de calmaria.
Minha vontade de viver.
Meu anjo.
Meu dia.
Meu guia.
Me levando sempre pro melhor de mim.
Te amo demais!

tava na aula

* escrito em 13.05.2008, na faculdade, durante a aula de "psicologia e subjetividade no direito"...

Humm...... Aula sobre Freud.

Pulsão de vida, pulsão de morte e como o sistema penal, teoricamente, se utiliza da psiquê para poder se fortalecer. Teoria da manipulação do sistema para que ele próprio seja engrandecido e respeitado.

Seguinte: parte-se do princípio de que todo ser humano tem, dentro de si, um “assassino”. É como se todos comportassem pulsões destrutivas; e o criminoso, aqui, é o que transpõe a repressão comum aos indivíduos daquele determinado impulso. É o que “vai além”, o que dá vazão. Desta forma, o sistema penal coloca este transgressor como um exemplo, fazendo com que este seja odiado pelo delito. Este ódio é gerado, mas, na verdade, não é ao delito propriamente dito. É como se o ódio fosse à transgressão da regra seguida pelos demais. É o ódio à abertura que aquele se permitiu. É como um espelho ao inverso, ódio da frustração de tanta auto-repressão ter sido transgredida ali, na sua frente, por um igual. Transgressão de algo que cada um cuida dentro de si pra manter em ordem. Uma auto-regra quebrada pelo outro.
_ Nossa!!! Ódio ao outro!!! Como assim?!?
E, curioso!... É neste ódio que o sistema se fortalece!.. É na permanência no oculto desse jogo psicológico que só faz com que a ponta do iceberg seja feita. A ponta “erro horrível do outro”. A ponta “como ele foi feio”. A ponta “joga pedra na Geni”, mas só que sem pensarmos que todos tivemos nossos desejos de prostitutos um dia.
.......................

quinta-feira, 26 de junho de 2008

corda bamba

Tô no limite.
Por um fio.
No fim da prorrogação.
Cabeça dói, o corpo dói, as perspectivas doem.
Não sei o que pensar.
Não sei nem o que eu queria pensar, na verdade.
Sei que tá cinza.
Frio.
Vazio.
E eu não entendo o que eu tô fazendo aqui.
E eu não consigo entender o que eu faria lá.
Tô presa em mim, ainda que livre.
Pseudo-liberdade de merda de quem não sabe pra onde ir.
Sozinha demais.
Pesado demais.
Demais!...

terça-feira, 24 de junho de 2008

um viva pra viver!

Tava lendo Winnicott hoje, falando das origens da agressividade. O texto tem umas análises interessantes, mas ainda vai demorar um tempinho pra eu digerir tudo. "Fica o que cabe", rs... Uma vez me disseram isso. E é. De todo a massa bruta de conteúdo, fica o que encaixa nos espacinhos da identificação. E fica. Só o que cabe.
Mas, só pra adoçar, achei lindo (e coube!) a análise quanto à evolução da distinção do objetivo e do subjetivo no indivíduo. A distinção entre o sonho e a realidade que, com o tempo, vai sendo feita de maneira cada vez mais rígida. E é lógico que é necessário o processo, mas às vezes, exageramos. Nos mecanizamos. Embrutecemos. Entristecemos.
"Mesmo uma grande parte dos adultos jamais alcança a capacidade de ser confiavelmente objetivos, e aqueles que se mostram mais confiáveis em sua objetividade revelam-se, por outro lado, comparavelmente distante das riquezas do seu mundo interno."
E viva o mundo interno, rs.
E viva o olhar de criança.
E viva descobrir e redescobrir os milagres que nos cercam todos os dias!...
Viva!...
:)

sábado, 21 de junho de 2008

provisoriamente provisório

Poucas vezes alguma coisa me incomodou tanto quanto olhar pra minha vida, ao longo dessa semana. Não dá pra explicar, não coube em mim a sensação. Tô num momento de análise, de crítica, de construção. E dói demais, pesa demais, aperta o calo, espeta o ego, coloca em cheque as suas próprias definições.

Minha vida está "instalada em link provisório" há tanto tempo que está me irritando. Irrita o caráter pouco sólido de tudo, a sensação de que nada é real, de que tudo é farsa.

Resultados de uma transição a fórceps da adolescência pra adultice, mas uma transição que, como quase tudo na minha vida, veio meio aos trancos e barrancos, sem muita definição, meio confuso, meio dissimulado, meio adotado, meio postergado, sei lá... De uma adolescente que tava acabando de começar a aprender a se domar, veio filho. Veio responsabilidade. Veio a necessidade de incorporar comportamentos que estavam tão longe de mim, que criou uma dicotomia. É como se eu tivesse evoluído muito em determinados aspectos, pela demanda; e tivesse continuado uma criança mimada em outros, pela obediência ao ritmo de um processo ainda em evolução - ritmo que hoje eu acho que foi até lento demais, pouco incentivado pela noção da rapidez em que os outros "determinados aspectos" estavam se dando, como se fosse uma compensação, ou sei lá...

A questão é, hoje eu tenho um desequilíbrio gritante na minha "balança emocional", e, se por um lado eu sei que dei o máximo de mim pra crescer nos aspectos necessários, por outro, sei que este "máximo", que este esforço constante direcionado, me fez não ver a precariedade do resto. ... E, ainda que explique, uma coisa não justifica a outra.

Bom... e disso tudo conclui-se: minha vida está instalada em link provisório! E não foi este o serviço que eu comprei! E não é este o serviço que eu quero pra mim! Não é este o serviço que eu preciso, entende?

Eu preciso tomar a minha vida na minha mão. Preciso ficar tranquila com ela. Parece que eu tô tão desesperada em olhar pra mim, que tô conduzindo a minha vida como uma batata quente. Vou a colocando pra frente com tapinhas assustados de quem sabe que não pode deixar cair, mas ao mesmo tempo também tem receio de segurar. E não é isso que eu quero. Quero uma confiança macia, de quem conhece, manuseia, de quem sabe onde quer chegar. Quero saber balancear. Quero me dominar. Quero aprender a lidar. Quero saber que cada coisa ocupa um determinado espaço, e quero saber enquadrar. Quero me sentir cada vez mais confortável em mim. Tranquila com a vida. Cada coisa no seu lugar. Quero saber fazer um uso inteligente da minha força, aliás, quero acreditar na minha força, pra poder administrar.

E a vida tem várias etapas. E hoje eu olho pra trás e me orgulho muito de ter conseguido estar aqui. Eu sei que venci cada batalha e que trouxe de cada uma delas o orgulho, a experiência e a consciência. E agora, mais uma percepção. Mais uma insatisfação que veio, no seu tempo, preu poder trabalhar. E eu sei que é trabalho pra vida inteira se conhecer. E cada vez é somada uma nova vertente do eu preu analisar, entender e assimilar. E mesmo que me angustie uma nova percepção, pelo anúncio de um novo caminho a seguir e se aventurar, eu tenho certeza que vou conseguir, e que, daqui a um tempo, eu vou voltar aqui pra falar que eu coube em mim. Que consegui me dominar. Que aprendi a administrar a independência, que consegui a limitar de maneira tranquila as milhões de coisas que jorram em mim e que consegui pôr cada uma delas no seu devido lugar. Enfim.. daqui a pouco eu volto pra dizer que estava "provisoriamente em um link provisório", rs, e que migrei prum link definitivo!!!.... rs...

E ainda que eu saiba que os definitivos também têm problemas e que a conexão também cai de vez em quando (não sou tão romântica assim), vou saber que isso faz parte, assim como também faz se reestabelecer; mas, acima de tudo vou saber que o que eu podia fazer em termos de gerenciamento, consciência e responsabilidade, foi feito. E que a manutenção é bem mais tranquila do que a migração!!!....








terça-feira, 17 de junho de 2008

amigo

Sorriso de Monalisa no rosto pelo conforto da certeza de alguém. Sensação morna de saber que existe alguém que consegue tirar todos os véus das minhas próprias verdades - as que eu mesma me recuso em ver. E que o faz de maneira tão doce, e ao mesmo tempo tão forte, que me faz sorrir. É como se eu tivesse sido pega em mim. É como se ele viesse, de mansinho, e depois deu descrever da maneira mais prolixa possível tudo que eu não consigo organizar e entender, puxasse apenas uma linha, desfazendo, de maneira simples, calma, direta e objetiva, todo o emaranhado que eu tinha criado pra me perder.
Sabe aquelas horas que você sabe que tem uma determinada concepção sobre algo, mas que, ao mesmo tempo, não consegue admitir porque o ponto de vista exatamente oposto, de certa forma, também habita em você? Quando duas concepções divergentes opõem a sua razão aos seu sentimentos, e quando para os dois você tem argumentos pra condenar e defender?
Pois bem!... Tava num momento assim agora. Agora agorinha mesmo. Metade de mim me dizia uma coisa. A outra metade, outra.
Sempre que isso acontece, aprendi que devo fechar os olhos, respirar fundo, e buscar dentro de mim uma direção. Ou, em momentos de falta orientação, tento imaginar o que "Deus quer" pra mim - partindo, lógico, do princípio de que Ele sempre prezaria pelo que representa luz e vida, contrário ao que nós muitas vezes escolhemos pra gente...
Mas, enfim... De um tempo pra cá comecei a bater mais boca com as minhas decisões. A questionar, recorrer, reivindicar, trazendo sempre novos dados que me fazem distar cada vez mais de uma resolução.
Tem vezes que eu tenho uma certeza fininha, lá no fundo, como aquele barulho constante do silêncio, de o quê que eu devo fazer. E, o pior é que, também às vezes, essa certeza fininha me leva pra longe, pra bem longe do que eu acho que seria melhor fazer. E é lógico que as variáveis consideradas entre o que determina o "dever" e o "seria melhor" são inúmeras, mas aqui eu tô assumindo o "dever" como ação oriunda de uma consciência moral e ética, e o que "seria melhor" como ação derivada de uma lógica de conveniência que, infelizmente, não pode ser completamente abandonada nas relações sociais necessárias do mundo de hoje (e de sempre) - maldita necessidade!...
Mas, voltando... Agora, bem agora, eu tava com uma certeza fininha. Um zumbido de pernilongo dentro de mim, mostrando-me um caminho. E, em contrapartida, tinha em enxame do outro lado, apostanto na validade de uma perspectiva que, ainda que realmente interessante, tinha alguma lacuna vazia que me incomodava e fazia repensar.
E aí veio ele, com jeitinho de boneco stop motion, e me mostrou pra mim. Conseguiu sintetizar de uma maneira incrível os milhões de dados que ecoavam na minha cabeça. Conseguiu resumir os prós, os contras e a maneira como se relacionavam, em uma frase. Conseguiu me acalmar, provando pra mim que eu não sou maluca (isso é muito importante deu saber, rs), e, acima de tudo, conseguiu me lembrar, com uma pergunta inteligente, da minha essência.
E hoje eu só queria agradecer!...
Obrigada!...

domingo, 15 de junho de 2008

dia dos pais

Hoje foi dia dos pais na África do Sul.
Interessante, não?!?

Agora... se eu fosse morar na África do Sul, comemoraria dia dos pais no segundo domingo de agosto ou hoje? Ou nos dois? Ou em nenhum??!?!

Huuum... então, pergunto... não fica sendo idiota um dia dos pais assim?
Do tipo.. uma data qualquer escolhida aleatoriamente sem nenhuma motivação real que determinasse aquele dia como superiomente interessante e especial?? Um uni-duni-tê no calendário por um dia em que os caixas vão ter mais fluxo do que os demais, por um incentivo ideológico de homenagem a quem deveria despençar um pré-agendamento para tal?

Sei lá!!!

Natal eu entendo. Aceito. Admiro. Comemoro. Nasceu Jesus, nasceu a esperança, nasceu a redenção! Trocamos presentes, como se nós fôssemos nossos próprios reis magos, lembrando-nos o quão especial somos e o milagre que cada vida representa.
Apesar dessa consciência estar meio falha e do acúmulo de presentes falar mais alto (infelizmente), é uma data louvável...

Mas, sei lá... Foi engraçada a sensação de desdém quando soube que hoje era "dia dos pais" na África do Sul. Hoje os filhos desrespeitaram os pais por aqui, não deram valor, não ouviram, não participaram... E, por lá, brincaram de família Doriana, porque alguém, algum dia, determinou!...
E, daqui a uns meses, é aqui que a gente brinca de ser feliz, tentando encaixar num dia de homenagem as faltas e culpas dos outros 364 do ano...

Enfim... feliz dia dos pais pros pais de lá, então!
E os daqui que esperem mais uns dois meses pela sua vez de reconhecimento e admiração!......

monografia

Tenho que fazer a monografia.
Isso já virou um bloqueio.
Lucas foi passar o final de semana com o pai, preu poder me organizar.
Músculos tencionam e eu não consigo sair do lugar.
Desesperadora a sensação.
E todo mundo cobra, e eu me cobro e eu não consigo andar.
A mão começa a fechar de tanta ansiedade.
As palavras se embaralham na mente e tudo aquilo sobre o qual eu sei tão bem falar, foge.
Não penso.
E dói a cabeça, e dói o ombro, e embaça a visão.
E eu olho pro relógio. E, dois segundos depois, olho de novo e uma hora se passou.
E eu ainda tava olhando pra tela, tentando a concentração.
Que horrivel. Que parto.
E dói mais um pouco as costas, e o braço adormece.
Nó na garganta pra chorar.
E eu tenho que fazer a monografia.
E ela é sobre tudo que eu tô cansada de falar.
E não sai.
E eu tenho que fazer a monografia.
E isso ecôa. E a ampulheta passa.
E eu fico assoprando pros grãozinhos voltarem pra cima.
Que merda de gravidade que os puxa pra baixo numa velocidade que eu não tô conseguindo acompanhar!!..
E eu tenho que fazer a monografia.
Caraho! A monografia!...
Uma porcariazinha de um trabalhinho que eu ja fiz zilhões parecidos, sobre um tema que eu sei falar sobre igual uma maritaca e que encheria 200 páginas.
E-não-sai!
Falta o ar. Treme a mão.
Ansiedade de merda!
Dispara o coração.
E fico com raiva de mim. Fico zangada comigo.
Como bolo, chocolate, pão.
Abro a geladeira pra tentar encontrar lá dentro o que tá dentro de mim.
E me culpo por estar comendo dez vezes mais do que preciso, mas só pra poder enfiar mais uma culpa desvirtuante dividindo espaço com a falta de produção.
E eu tenho que fazer a monografia!!!!
Eu tenho que fazer!
Eu tenho!!!!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Eu e a lagartixa

Fui tomar banho agora e, ao abrir a porta do box, deparei-me com uma lagartixa. Uma micro-lagartixa. O box, barulhento que só, deve tê-la assustado, e ela, que antes parecia perambular de um lado pro outro, ficou ali, paradinha.

Por mais que a pobre estivesse quietinha, não deixava de me atrapalhar. Estava num chão prestes a ser inundado, e, coincidentemente, no cantinho que o excelente caimento do meu banheiro faz formar uma poça pós-banho - por acaso o canto oposto ao ralo, rs, mas, tudo bem!...

Cheguei perto dela pra fazê-la se mover. Subir na parede, sair do box, sei lá... qualquer coisa que me permitisse retomar a intenção do banho. Mas não deu. Não sei se era lagartixa bebê e ainda inexperiente em subir em paredes, não sei se o bicho tem problemas com subir em azulejo, ou qualquer outra coisa... Só sei que ela não conseguiu subir, nem sair.

"Dei de ombros" (homenagem ao Léo, rs), virei as costas e fui ligar o chuveiro. Juro que tentei não me importar. Mas, nossa! Mil coisas na cabeça ao mesmo tempo. Tão pequenininha a lagartixa, devia ser filhote. Não que uma vida de filhote tenha mais ou menos valor que qualquer outra vida, mas é tão desprotegida.... E devia ter mãe, né? Imagine que ela esteja esperando o lagartixinho filho em casa... imagine se ele não voltasse??! O desespero que deve ser - nessa hora lembrei do dia que perdi o Lucas na praia nos 10 minutos mais longos da minha vida!...

Enfim... virei o chuveiro pra ligar e desvirei antes da primeira gota tocar o chão. Ah!..Eu não ia viver com o peso da vida daquele lagartixote nas costas.!...

Bom... eu tenho que tomar banho e a lagartixa não consegue sair dali... logo... eu tenho que tirar a lagartixa. Fato!.. Mas.. como??? Tentei incentivá-la a subir na parede, mas definitivamente ela não tava se entendendo com o azulejo, rs. Então, medida de emergência! Peguei uma revista para tentar colocá-la em cima e transportar segura pra longe da enchente em iminência do meu merecido banho!!!...

E, isso tudo que escrevi até agora era introdução pro ponto central da questão: a cena deu tentando salvar a lagartixa e dela, visivelmente desesperada, fugindo das minhas insistentes tentativas de salvamento.

Bom.. considerando que a pobre lagartixa, dentro das limitações dos instintos dela, estava se sentindo super ameaçada, é lógico que ela tava aterrorizada. Não estava entendendo o que estava acontecendo, não compreendia o intuito final da ação, e, simplesmente, fugia.

Tava me dando pena do desespero dela. Tadinha!!! Lutava bravamente pra manter sua vida dentro dos padrões que considerava normais, sem saber que aquela normalidade a levaria prum afogamento; e sem saber que, naquele momento, era necessário que ela não entendesse o que tava acontecendo, que confiasse, pra se salvar.

Aí, quando eu tava ali, vendo aquela lagartixinha apavorada, eu pensei em Deus. Pensei em como todos nós somos lagartixinhas desesperadas pra ele, guardadas as proporções. Em como existe uma lógica de funcionamento muito maior do que a gente é capaz de entender, e em como a gente se desespera achando que a limitação do que julgamos "normal" deveria prevalecer.

Pensei em Deus tirando a gente de enxentes-chuveiros diárias, sem que a gente nem saiba o que estava por vir. Nele nos protegendo, nos cuidando. E, inevitavelmente, pensei na gente reclamando.

Cara... aquela lagartixinha, absolutamente amedrontada, deve estar com raiva de mim até agora. Eu fui totalmente contra o que ela esperava, forcei-a a subir numa revista, a conduzi ali em cima, sem segurança aparente, sem entendimento consciente, sem nada que justificasse pra ela o porquê. Eu sabia o que estava por vir, mas ela, provavelmente, nunca vai entender. Só entende o desvio que aquilo gerou do seu plano padrão, e só.

E nós acabamos sendo meio assim. Quantas vezes reclamamos muito porque as coisas saem diferente do que queremos? E quantas vezes será que essa diferença não foi realmente o que fez toda diferença, movida para o bem por quem tem uma amplitude infinitamente maior de compreensão?

Ah, sei lá!... Muito interessante me colocar no lugar da lagartixinha no meu box-mundo regido pela minha pseudo-razão. E ainda mais interessante ainda, sob este foco de visão, considerar que a lagartixa só conta com seus instintos, desconhecendo completamente qualquer possibilidade de explicação. E que nós, seres pensantes, contamos com a idéia de Deus, contamos com a sua salvação. E mesmo conhecendo, sabendo, vendo, e muitas vezes até mesmo crendo, ainda temos uma absurda dificuldade de aceitar que o que foge ao nosso controle pode ser a maior expressão de sabedoria e salvação!......






quinta-feira, 12 de junho de 2008

presente

Há um tempo atrás eu tava na casa do meu tio assistindo "House".
Não sou muito de assistir seriados e nem tenho TV por assinatura pra isso.
Mas estava lá a TV ligada, e eu meio que fui fisgada, numa olhadela pra tela, por uma ou duas frases sarcásticas muito bem colocadas - adoro as sarcásticas inteligentes!...
Aí fiquei lá, assistindo, até que, num determinado momento, eis que vem: "... dar presentes nos mostra o quanto nós não conhecemos as pessoas..."...
Tá certo que a trama fazia com que isso tivesse um contexto que justificava a frase de uma maneira muito mais completa do que citá-la 'papagatoriamente' como estou fazendo, mas enfim... Acho que ainda assim ela se torna interessante...
Interessante porque é, simplesmente!... Pessoas que lidamos todo dia, que adoramos, mas que, simplesmente, desconhecemos. Não entendemos bem o que elas gostam, o que elas querem, do que precisam, com o que se divertem... E dar um presente é tentar penetrar no universo das preferências alheias. É tentar entender sua mecânica de funcionamento e conseguir perceber o que se encaixa dentro deste mundo que não é seu. É conhecer, mensurar, perceber, se dedicar a entender.
Nossa!... Dar um presente..... Só!!...
Parece tão simples.... Mas nem é!
Aliás, muito interessante a abordagem que me ocorreu agora....
Dar um presente é uma arte!... Como toda arte, pode ser reproduzida tecnicamente, mecanizada. Obviamente atende à necessidade última de dar alguma coisa, mas perde a sua aura.
Benjamin Franklin, em "A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica" fala algo similar, mas referindo-se à obras. Fala da "aura" da obra de arte. Do valor do esforço ali empenhado que sobrepõe qualquer reprodução industrial, por mais perfeita que possa ser.
E existem presentes reproduzíveis tecnicamente. Aqueles que obedecem aos clichês. Menina ganha boneca. Menino ganha bola ou carrinho. Homem ganha blusa, carteira e desodorante. Mulher ganha blusa ou brinco. E ponto. Uma coisa meio mecanizada, meio que sem sentimento. Sem uma intenção investigativa de uma preferência real.
Dar um presente é imaginar qual pecinha encaixa no tetris do outro, o que é muito difícil. E é isso que faz ser uma arte. A arte de conhecer. De perceber além do umbigo.
Ganhei pouquíssimos presentes na vida de que gostei. Menos ainda de que realmente gostei, rs. E excluo aqui aqueles presentes-necessidade que não têm como não se encaixar. Máquina de lavar, computador, ferro de passar, e tal... Essas coisas são quase um coringa no baralho, respaldadas pela necessidade básica de conferir funcionalidade à vida e atender às necessidades da rotina.
Tô falando de presentes de verdade. De presentes do coração. Ganhei pouquíssimos. Aqueles que, antes de te dar, a pessoa diz "Achei a sua cara!" e que, quando vc abre, nossa! Realmente "é" você!!... E eu não sei se fico mais feliz pela incorporação do objeto referido ao meu patrimônio ou se é pela sensação de sintonia por aquela pessoa realmente me conhecer.
Aliás, acho que fico mais feliz pela mágica da segunda, rs....
Mas, enfim... Percebo que poucas pessoas me conhecem de verdade.
Poucas sabem o que encaixa no meu mundinho.
Mas, pior do que isso.... percebo que eu conheço muito pouco as pessoas. Muito, muito, muito pouco. Fugindo dos clichês, não sei ao certo como encaixar. Não sei se é receio de não acertar e gerar incômodo pela confirmação do não conhecer ou se é incapacidade de captar de uma maneira interessante o que tem valor para o outro. Só sei que não sei dar presente. E, que ruim isso!...
Aí opto sempre pelo coringa do baralho, esquecendo que assim nunca vou ter uma canastra limpa. Opto pelo tom bege, esquecendo que com ele não se pintam arco-íris. E, poxa!!!!... Que ruim ser assim!...
Dia das mães passou e comecei a pensar a respeito disso. Dia dos namorados chegou e o pensamento se acentuou..... E aí eu vim aqui pra contar pra todo mundo que eu não sei dar presente, que não tô sabendo perceber, captar... E, com uma certa vergonha, admitir que optei pelo coringa-necessidade, que vai esconder atrás da sua fachada bem montada de utilidade real que eu não tinha a mínima idéia de qual era o formato da pecinha que podia vir a encaixar..... E que eu não tava conseguido encontrar uma melodia pra adaptar à letra que eu leio todo dia!!!.....

quarta-feira, 4 de junho de 2008

tenho que fazer alguma coisa

Eu tenho que fazer alguma coisa!
Não tenho a mínima idéia do que é, mas certamente é alguma coisa.
Tem um vazio incômodo demais aqui na barriga, que sobe, reverberando até a garganta, dando um nó e concentrando ali todas as energias emanadas. O fluxo é constante e a concentração é crescente. E tenho a sensação que, tendo a necessidade de vazar pra algum lugar, essa onda de sei lá o quê que vai da barriga até a garganta, faz o corpo todo tremer por dentro. Treme a respiação, treme o pensamento, treme o cálculo dos movimentos. Tudo condicionado ao centro-barriga de tensão e ansiedade.
Ninguém vê de lá de fora.
Sorrio e as pessoas até acreditam, rs.
Mas aqui dentro eu sei. Eu "vejo". Eu sinto essa bomba relógio de angústia que me faz ter essa certeza insistente de que eu tenho que fazer alguma coisa!
E que merda de certeza seletiva é essa, que não é agradada com nenhuma das iniciativas, por mais elaboradas que sejam.

Tenho que fazer alguma coisa, e, por mais que eu tenha uma listagem de todas as pendências (as urgentes e as mais urgentes ainda) da minha vida, nenhuma delas se encaixa de maneira atrativa nessa busca por algo que vá me acalmar. Aliás, pelo contrário: pensar nas pendências só me faz enumerá-las de maneira desesperadora, aumentando o vazio-tremor da barriga, e, consequentemente, acrescendo o grau de emanação de pulsos de energia pra garganta - o que, por sua vez, aumenta o tremor e a inadequação frente à qualquer uma das hipóteses de atividade para aquele determinado momento.
Tenho que fazer alguma coisa, mas minha mão tensa nem se fecha, tamanha a dificuldade de lidar com olhar por cima de tudo que se tem que fazer, sem conseguir, efetivamente, ter a serenidade e o centro para cuidar de uma por vez de maneira sã e consciente.
E o nó na garganta fecha. E o pensamento confunde.
E, ai! Como eu odeio ficar assim!!!.....

Na verdade, me analisando a longo prazo, eu percebo que momentos assim antecedem, algumas vezes, bons momentos. Ao menos nos últimos anos que tenho conseguido de uma maneira bem melhor canalizar de forma construtiva a angústia de não conseguir resolver o mundo num piscar de olhos. Eles vêm pra me mostrar como é importante a constante auto-avaliação (pra não deixar acúmulos desestruturantes em todos os âmbitos) e me fazem conseguir, ainda que aos trancos e barrancos num primeiro momento, organizar um pouquinho de dentro de mim.

Bom... isso quando a tensão tende a construir e quando eu consigo transformar a força-tremor numa força-esforço de concetração analítica das causas e consequências...
Tem também quando eu esqueço. Não posso fingir que não. Tem quando eu jogo a ansiedade pra baixo do tapete e tento distrair a atenção (e a tensão). Quando eu transformo a força-tremor numa força eufórica que passa por cima e esconde tudo. E que passa. E quando passa, às vezes, nem volta pro vazio na barriga - ele até pode ter passado naquele momento também. Mas ele volta!... Mais cedo ou mais tarde, se não trabalhado, ele volta!...
Maldito vazio-tremor angustiante!... Cobra seu preço, cobra seu esquecimento, puxa o pé e diz que não vai te deixar em paz enquanto não encarar!...
Unf! Maldito!...

E agora tô meio assim... tô numa rebordose de umas três crises de vazios-tremores curadas com euforia desmedida e infundada e distração mal encaixada empregada, e, tendo cobrado aqui o meu protótipo de malandragem com juros e correção!...

E eu tenho que fazer alguma coisa! E me falta o ar, e não consigo nem pensar numa solução! Eu só tenho que fazer alguma coisa! E mesmo sabendo que fazer sem se organizar é uma fuga pra não pensar... ainda assim ecoa: eu tenho que fazer alguma coisa.
E é ambíguo.
Se faço alguma coisa (qualquer coisa!) e encontro uma brecha na condição de procurar sem encontrar adequação, ou seja, se encontro algo que consiga por alguns minutos concentrar a atenção, é fuga, é remendo, é tapar a visão. E ao mesmo tempo se eu parar pra organizar é tão cansativo, e a energia empenhada é tanta, e eu já estou tão sugada, que me falta motivação.

A motivação é o certo, eu sei. A motivação é fechar os olhos e conseguir distinguir entre o que eu quero e o que é o melhor (tão opostos tantas vezes!), eu sei. Mas, putz!.. Que dureza me motivar com a justificativa do que deva ser a motivação!... E que pior ainda admitir a dificuldade de assumir acertar a opção.

Cacete!!!!!!! Que merda ter que escolher a direção estando, ao mesmo tempo que consciente, imersa no eco da repetição...

E eu tenho que fazer alguma coisa!!!!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

para tiago

Um ano.
Parabéns pra mim e parabéns pra você.
Parabéns por todas as vezes em que a gente acreditou.
Por todas as que demos as mãos forte, sabendo que a ventania ia passar.
Parabéns pela tolerância, pela força, pela garra.
Parabéns pelo sonho, pelo brilho nos olhos.
Pelo carinho.
Pelo respeito.
Parabéns pelas vezes que rimos de nós, que zombamos da inadequação.
Parabéns pelas vezes que analisamos.
Pelas que resistimos.
Por todas que vencemos.
Por todas que nos dedicamos.
Parabéns!
Parabéns pelo crescimento.
Parabéns pela compreensão.
Pela amizade, pela vontade, pela determinação.
Pela razão.
Parabéns pra nós!
Feliz 'um ano'.
Parabéns!

sexta-feira, 30 de maio de 2008

sobre os meios de comunicação

Tava lendo um texto hoje e achei essa parte bem interessante:

"É necessário destacar que, no contexto da globalização neoliberal, a informação "digital" transformou-se numa mercadoria a mais circulando conforme as leis do mercado de oferta e procura.
Segundo esta lógica, os meios não estão vendendo informação aos cidadãos; estão vendendo cidadãos aos publicitários."

Enfim... só isso só! ;)

terça-feira, 27 de maio de 2008

gota d'água!

"... e qualquer desatenção
Faça não!...
Pode ser a gota d' água...
Pode ser a gota d'água!"

Carência incrustada numa menina mimada, aprendendo a ver o mundo com os olhos da dureza da rejeição - ou do medo dela, tanto faz.
Tudo acumula, pesa, confunde.
Malabarista iniciante que se empolga com o ritmo adquirido de movimentos repetidos e com as possibilidades viabilizadas pelo aprendizado; e que se desespera quando vê que, o que antes eram três bolinhas, agora são dez.
Desliga o piloto automático da repetição que fazia com as dez fluíssem num ritmo quase natural e agora percebe cada uma delas e a responsabilidade de tê-las todas sua administração.
E o coração dispara.
E tudo treme por dentro.
E passa um filme rápido na cabeça, dizendo que se uma delas cair, perde-se o ritmo de todas as outras.

E tudo passa a ser a gota d'água em épocas de excesso de bolas e carência de porto.
E isso também pode ser a gota d'água... Pode ser a gota d'água!!!...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

síndrome do pensamento cansativo

Rá! Síndrome do pensamento cansativo!...

Há um tempão atrás, quando eu tentava descrever a chuva incontrolável de pensamentos que vinham na minha mente (um dilúvio, praticamente!), usei esta expressão! E sabe aquelas expressões que a gente gosta e faz questão de usar quando pode pra se auto envaidecer e se encontrar com o que vc concebe como sendo um pouquinho da sua genialidade? Então! "Síndrome do pensamento cansativo" é uma delas!

Tá certo que ninguém aqui precisa concordar comigo quando falo de "genialidade", até pq, olhando assim, agora, de fora, nem me parece mais tão impactante; mas, no momento em que usado pela primeira vez, foi quase um orgasmo intelectual conseguir definir aquele estado de pensamentos ecoantes que vinham e iam numa velocidade tão grande que sequer me davam tempo de, de fato, pensar; e me cansavam só de observar (internamente), ainda que absorte, a sua 'frenetiquice' desvairada.

É a "síndrome do pensamento cansativo". Essa que me faz passar o dia inteiro parada, olhando e não vendo, sem fazer nada. Pensar em tudo e não conseguir apreender nada. Repetir mentalmente de forma absolutamente desordenada quinhentas vezes a mesma coisa, rápido, sem dar conta do quê estar sendo dito, do porquê, de quantas vezes e de qual a finalidade de cada uma. Soltar a cordinha da coleira do pensamento e deixar esse cachorro louco solto, correndo e latindo, sem ter o mínimo controle de pra onde vai.

Acho que era mais ou menos isso que Eddy Vader quis dizer em "THOUGHTS ARRIVE LIKE BUTTERFLIES"
, rs. Imagino muito aqueles caules de árvores gigantes que a gente vê no "discovery channel", com zilhões de borboletas, lindas, pousadas. De repente, um barulho, uma ameaça, um movimento, sei lá!... E todas saem juntas, voando. Um balé de cores no ar, uma poesia visual de segundos até que cada uma tome seu rumo e passe a ser um pontinho único de magia na paisagem. Mas é ali, naquele momento em que todas voam juntas, desordenadamente... é justamente ali, naquele excesso bêbado de informações, que eu imagino a metáfora. Não se sabe pra onde olhar. Não se consegue ver cada uma com as suas particularidades. Simplesmente há um êxtase visual que basta por si, sem que a gente sequer consiga forçar o direcionamento da atenção pra uma específica. E, ainda que quiséssemos, não conseguiríamos. Outra e outra e depois outra viriam na frente, roubando aquele segundo de dedicação que buscamos ter sem consideração pelo esforço empenhado.

E é assim com pensamentos. Ecoantes. Impossíveis de enumerar. Uma velocidade incrível que nem James Joyce tentando começar a frase pelo meio pra tentar traduzir pensamentos, conseguiria. Antes mesmo de ser pensado, o pensamento já é substituído, num ciclo vicioso de repetições alucinadas e alucinantes.

Meu corpo pára, estático, pra tentar compensar e balancear a agitação interna. Um ponto fixo é escolhido, pra não haver conflito de informações visuais e mentais. É como se, naquele momento, o mundo de mim se sobrepusesse ao mundo físico de uma maneira tão imponente que eu fico sem argumentos pra não embarcar.

Rá!... E é a "síndrome do pensamento cansativo". E ele cansa. Mesmo! E desgasta. Mesmo! E, que droga, nem posso dizer que queima calorias mesmo - logo o que eu mais queria dizer, rs. Mas tudo bem!.. Até que ia ser esquisito academias e pessoas sentadas olhando prum ponto fixo e pensando desordenadamente, rs, ainda que, sem dúvida, fosse uma forma de emagrecimento mais interessante do que os métodos que costumam ser aplicados, rs.

Mas, enfim, voltando... Cansa! Dá náusea! Suga e não produz! É uma explosão de energia demandada e não canalizada que faz irritar. Desperdício de força e tempo.

E, engraçado. Levei tanto tempo pra conseguir denominar a "síndrome do pensamento cansativo"... Achava que quando conseguisse, iria ter completado o ciclo que ela representava. Que aquele estado carecia era da definição e que se findaria ali. Mas agora percebo que não. E, ao mesmo tempo, me irrita a catarse conceitual que ela tenta reproduzir. Tenho soltado a coleira e ficado corrido atrás do cachorro pela vizinhança. E eu já não sei se o que cansa mais na história é o cachorro correndo enquanto exercício físico em si ou se é a idéia subjetiva de falta de controle do paradeiro. Sei lá... só sei que cansa!!!... E tanto!....