quinta-feira, 14 de agosto de 2008

"Será?!?!?!?!??!...."

Eis que me pergunto, depois de uma conversa que me fez relembrar o tema e recolocar em voga questionamentos que já são antigos: até que ponto o que eu lembro é real e até que ponto o que eu lembro é uma construção mental de desejo de realidade? Independente da origem da lembrança, sejam elas boas ou ruins.

Se de um lado eu tenho lembranças péssimas e pesadas que podem ter sido amenizadas pela minha memória seletiva, por outro, posso ter tido memórias de eventos mais amenos recriadas pela auto-piedade, e assim, ainda que ruins, podem ter sido armanezadas numa base de supervalorização de sofrimentos menores, pra eu ter embasamento nos momentos de pena de mim...

Será???!?!?!?!?!

Muito estranho pensar que nada do que constitui a gente - a história - pode ser real. É lugar comum o "quem conta um conto acrescenta um ponto"... mas... e quando os pontos acrescentados são a histórias contadas por você pra você mesmo???

Fica uma coisa meio "1984" do Orwell... Passado adequado ao que nos é conveniente no presente, buscando fazer com que este se torne mais "valorizado", se é que esta é a melhor palavra pra isso...

Seraáá???!?!?!?!

Sei lá!!!... tô aqui pensando nisso....
Lembro da minha história... ou pelo menos lembro do que lembro da minha história...

E fico pensando...

"Será?!?!?!?!??!...."

2 comentários:

Gislaine disse...

Olá, estou visitando seu espaço pela primeira vez, li esse primeiro post e gostei muito da reflexão.
Com certeza. é muito válido que nos perguntemos sobre isso a todo instante, principalmente quando se trata de "re-sentir" algo. Coisa que não faz nada bem, quando se trata de mágoas passadas...

Eu me lembrei do filme "Violação de Privacidade", que tem exatamente uma situação, que é lembrada de determinada maneira, pelo protagonista, mas que depois é mostrada como realmente aconteceu... é interessante como nossa mente trabalha...
E ainda tem tanto a ser descoberto! =O

Beijos!

Luciana Andrade disse...

Amiga
Na hora em que li esse seu post imediatamente me veio a cabeça um clichezão da música do Pedro Bial:
Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado do lixo, esfregá-lo,repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do
que vale."
Eu me pego várias vezes pensando nisso. Será que aquela situação tão colorida que hoje eu lembro tinha realmente tanta cor? Ou será que eu fiz questão de pintá-la como se justificasse assim sua intensidade e como uma auto- justificativa para ter valido a pena.
Nossa mente é o mais poderoso brinquedo já inventado..
Saudades
Te amo!