segunda-feira, 8 de agosto de 2011

não há título capaz de sintetizar...

Dor maior do que consigo expressar.
Raiva, culpa, angústia, desespero.
Grito abafado, choro engulido.
Medo. Muito, muito, muito medo.
Falta o chão.
Falta o ar.

E eu continuo não conseguindo acreditar.

sábado, 30 de julho de 2011

me confunde, mas me justifica...

Sensação enorme de vazio por aqui.
Ando passando por dias sem cor.

Dentro de mim tudo passa numa velocidade incrível. Há lista de insatisfações, preocupações, descontentamentos e frustrações que fica sendo repetida involuntariamente, girando numa frequência frenética e incontrolável. Não consigo acompanhar sequer pra discernir quais os pontos ali presentes. Só me canso (muito!), e me angustio.

Vez ou outra consigo perceber um tópico. Não sei se, de fato, consigo "pescar" ou se escolho algum mais óbvio pra me ocupar e dar a sensação de produtividade emocional. Mas, de qualquer forma, busco entender. Busco mensurar sua importância no todo pra não o eleger injustamente como um ícone que carregaria o peso de todo o resto - só seria uma outra forma de fugir. Tento me concentrar, medir, avaliar, inter-relacionar mas não consigo terminar. É como se, pra olhar pra algo individualmente, eu precisasse me trancar num cômodo vazio e deixar o furacão lá fora. E ele fica tentando entrar, forçando a porta. E o esforço que eu tenho que fazer pra conseguir mantê-lo distante exige demais... E a minha falta de energia já não consegue resistir. E ele volta. Sempre volta. Volta pra me exaurir, pra me confundir, pra me justificar.

Volta pra ser a minha desculpa perfeita de não ter que buscar mudar. Volta pra ser a névoa que não me deixa constatar o que eu já não sei se tenho garras pra conseguir liquidar. Volta. Sempre volta. E fica sempre a pergunta de até que ponto é um alívio - ainda que doentio. Até que ponto a falta de alternativas efetivas pra imprimir uma mudança substancial celebra este retorno. Até que ponto há uma substituição da frustração desesperada por estar num beco sem saída imediata, pela frustração de simplesmente não conseguir nada constatar. Aquela é rasgada, arrependida, dolorida; esta é angustiante, sim, porém dispersa, confusa, desfocada. Talvez mais cômoda e menos visceral, ainda que também menos produtiva... Mas só talvez.

E, no depósito aqui ao lado, eis que alguém canta, gritando: "na verdade continuo, sob a mesma condição... distraindo a verdade, enganando o coração"...
Continuamos, amigo.
Só não se sabe até quando...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

eu, sem mim

Vontade desesperada de encontrar algum indício de construções mentais produtivas em mim.
É como se o meu valor fosse medido pela capacidade crítico-analítica, que já não existe mais.
Pensamentos flutuantes, teorias sem consistência, palavras pela metade.
Eu, sem mim.
Vazio assim.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Oração

Deus, conceda-me serenidade para aceitar as coisas que eu não posso modificar;
Coragem pra modificar aquelas que eu posso;
E sabedoria pra reconhecer a diferença.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ódio

Sinapses aceleradas
Falta de ar
Dentes trincados.
- Inquietude.

Ondas de calor 
Sobressaltos no peito
Vingança na alma.
- Ansiedade.

Mão fechada forte
Vontade de não ser
E de rosnar, de surrar e de morder.
- Impulso (de me perder).



 

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

passes x chutes

Assistindo ao jogo de futebol de hoje* ouvi uma descrição fantástica: "eles não lançam, eles se livram da bola".

Quando ouvi eu entendi, encaixei no contexto da partida específica e dos chutões meio sem planejamento sendo dados, achei graça, mas quase perdi a brilhante chance de realmente aproveitar a deixa. A oportunidade de olhar e pensar nas minhas atuações dentro deste contexto.

Até que ponto lido com as situações da nossa vida como um "lançamento", de uma forma coerente e estruturada; e até que ponto simplesmente "me livro da bola", de maneira desesperada, como se as decisões fossem batatas-quentes e as atuações se limitassem ao cumprimento da missão de passar pra próxima? Sem análise, sem mensurar consequências, sem ter um objetivo a ter atingido - nada! Até que ponto ajo apenas pela necessidade última de agir, quase que como uma reação necessária, mas sem o mínimo de consideração com as implicâncias num plano geral?....

Até que ponto eu me livro da bola?


* Brasil x Ucrânia, Milton Leite narrando....

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

fim

sempre dói o fim
até o fim do que já doia
porque fim
é sempre um fim