sexta-feira, 28 de agosto de 2009

tantas coisas....

Tanto tempo sem postar. Tanta coisa pra dizer...
Queria falar do conceito do processo de se fechar num mundo seu pra diminuir o grau de variáveis possíveis, num intuito inconsciente e desesperado de tentar lidar com mudanças bruscas. Queria falar de como descobri que minhas necessidades não são as alheias. Queria falar da dificuldade gritante de viver no hoje sem esperar que ele tenha determinados componentes chaves como pré requisitos de adequação. Queria falar da ansiedade velada em mim, por coisas que eu nem sei ao certo quais são.
Queria falar.... de tantas coisas... mas só com o tempo mesmo... com o tempo.....

Tempo! Parece piada!...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

momento

Dias de muitas descobertas e definições - e pouco tempo pra escrever.
Muito movimento contrário.
Muitos reencontros.
Dias bons de se viver.

E agora, com Lucas voltando, me pergunto - será que vou conseguir manter?

terça-feira, 11 de agosto de 2009

hope.....

Esperança pelos tempos que vêm.
Receio de me abrir e não valer
De apostar e me arrepender.....

Mas esperança, pelos tempos que vêm.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Cartas pro Lucas

Mágicas pílulas de sonho e encanto, alegrando as noites, fazendo brotar sorrisos (no rosto e no coração) e dando asas pra alma.

Obrigada!

need to

Aprender a parar de falar com os outros o que, na verdade, eu quero dizer pra mim.....

domingo, 2 de agosto de 2009

raiz

Faltava o grupo
O que tivesse interesses similares
Faltava a roupa
A que coubesse perfeitamente naquele contexto
Fatava a aura
A que encantaria aquele lugar
Faltava o sucesso
O que traria tranquilidade e reconhecimento
Faltava a grana
A que me daria um carro, um apartamento
Faltava a pessoa
A que se encaixaria no sentimento.

Mas, na verdade, não faltava nada disso.
E eu sempre tentei mascarar o vazio com a esperança de um próximo passo satisfatório
Ainda que, uma caminhada depois, permanecesse a insatisfação.

Falta raiz.
Nada mais.

sábado, 1 de agosto de 2009

deserto... mais um!

Sem o faz de conta de uma futura família, sem procurar apartamento como se fosse pro dia seguinte, sem planejar a decoração como se fosse acontecer.
Tirando os planos do futuro e o Lucas - resumo do presente, não fica muita coisa.
Fica o vazio.
E ainda que haja a consiência de que o vazio é o prenúncio da renovação, ainda assim é vazio.
É deserto, mesmo que antes do oásis.

... E que eu tenha forças pra caminhar até lá!... :)

domingo, 26 de julho de 2009

O fim da gargalhada e das mentiras suaves

cansada de tanta verdade na cara
cortina rasgada
vontade de fugir.
sentada num quase escuro
ouvindo "the end" do the doors
pela décima vez.

não era pra ser assim.

"Desperately in need...of some...strangers hand
In a...desperate land
Lost in a roman...wilderness of pain
And all the children are insane
All the children are insane
Waiting for the summer rain, yeah"

sexta-feira, 17 de julho de 2009

foi

Foi.
Sobreposição sequenciada que torna quase imperceptível a transição.
Era, não mais é.
Sem marco, sem grito, sem linha divisória.
Foi.

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Foi.
Sem marco, sem grito, sem linha divisória.
Era, não mais é.
Sobreposição sequenciada que torna quase imperceptível a transição.
Foi.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

dente quebrado

Acho que meu dente quebrou.
Não sei quando
Nem onde
Nem com o que.
Quebrou
Eu acho.
Deduzi.
Pela ausência que senti
De uma parte.
Na sazonal olhada pra mim
Do espaço corrido do taxi
Senti.
Uma ponta, lá atrás.

Nos dez minutos
Que separam meus mundos
Tive a sensação.
Meu dente quebrou.

Sensação...

Ou será que foi sempre assim
E ter tempo, pra mim
É ainda pior?
Será que sempre teve essa maldita ponta
E que isso aponta
Uma falta maior?...

Meu dente quebrou.
Prefiro acreditar.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

zumbi

quando entra-se na vida,
quando tudo se mistura com o dia,
quando tudo simplesmente acontece
e quando a sucessão de fatos não permite que a eles se sobreponha uma análise inteligente
fica o vazio da ação automática de uma repetição de rotina.
Fica a falta do ego inflado pela perspicácia de uma auto sacação.

Fica só um acorda e dorme zumbi.

Nada mais.

terça-feira, 2 de junho de 2009

lucas acorda

olhinhos que abrem,
reconhecendo a realidade devagarinho
num tempo que é só seu.

não tem relógio,
não tem ritmo,
não tem compasso.
apenas o tempo biológico do retorno de um sonho.

mistura de mundos.
encontro do rio com o mar.

e maravilhosamente desprovido da consciência deste limite,
lucas acorda.

faz cara de susto quando olha em volta,
pergunta do rabo do gato gigante,
e ri
(como quem percebe que o gato gigante
ficou do lado de lá).

e eu rio feliz
e faço brotar lágrima de gratidão
participando da mágica dessa transição
do lado de cá.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

ainda sem título

Falo de angústias
De cansaço
De tormentas
De decepção
Falo de tristeza
De desnorteios
De desesperos
De frustração
Falo de dor
De desamor
Falo das expectativas que não foram
e dos sonhos que se perderam
Falo das desilusões
Da falta de chão
Da falta de centro
Da falta de irmão
Falo do vazio
Descrevo o que incomoda
O que machuca
O que é ruim

Agora... quanto à vida
quanto às cores
quanto aos sorrisos
às festas no peito
e os amores...
estes eu vivo!

E quase nem tenho tempo de escrever!...

sexta-feira, 29 de maio de 2009

frustração

é um nó na garganta
uma faca nas costas
um mundo que cai.
é ficar sem chão.
é ter vergonha de ser você
(tão ingênua
tão dedicada
tão babaca).
é descrer.
é desgostar.
é maldizer.
é se frustrar.

é acreditar que naquele momento alguma coisa mudou
alguma coisa morreu.
triste assim.

deitar

deitar.
simplesmente deitar.
sem culpa pelo cansaço.
sem preocupação em cumprir o contrato.
deitar.
respirar fundo.
poder estar toda no momento.
poder desmontar.
simplesmente deitar.
poder pousar.
sem sentir que deveria ainda ter forças.
sem sentir a obrigação de voar.
deitar.
merecidamente deitar.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

come

Come away with me in the night
Come away with me
And I will write you a song...................
.................. And I want to wake up with the rain
Falling on a tin roof
While I'm safe there in your arms
So all I ask is for you
To come away with me in the night

Come away with me .............................

domingo, 29 de março de 2009

distância de um mundo que era meu

me dói ver (e saber) como eu sou descartável nos contextos que eu queria ser essencial.
como riem,
se divertem,
se completam sem mim.

eu, a que foi pra longe.
a que tomou novos rumos.
a que nunca tem tempo.
eu, a "adulta prematura",
a sem graça prematura,
a que de tanto "não posso"
passou a nem existir
no hall de cogitação.

como me dói ver (e saber).
o telefone mudo de alegria.
as fotos em lugares que eu nem sabia.
e que eu realmente acho que eu nem poderia ir.

mas incomoda nem ter sabido.
incomoda terem desistido.
desistido dos meus "nãos".
dos meus limites.
do meu cansaço.
da minha falta de brilho.

afinal, eu não virei isso?
peso.
compromisso.
cansaço.
choro engulido.
tempo corrido.

E dói ver (e saber).
Os caminhos se bifurcando.
E eu cada vez mais sozinha.
Mais sobrecarregada.
E com cada vez menos gente lembrando.

segunda-feira, 23 de março de 2009

rotina

acorda.
se assuta.
reclama.
levanta.
se arruma.
reclama.
come.
corre.
reclama.
embarca.
senta.
reclama.
cochila.
desembarca.
reclama.
embarca de novo.
disputa.
reclama.
se espreme.
se equilibra.
reclama.
desembarca de novo.
corre.
reclama.
sobre.
ingressa.
reclama.
trabalha.
engole.
reclama.
trabalha.
trabalha.
reclama.
encerra.
corre.
reclama.
empurra.
força.
reclama.
embarca.
se mata.
reclama.
desembarca.
corre.
reclama.
embarca.
se preocupa.
reclama.
desembarca.
chega (cansada).
reclama.
e olha.
recebe.
se emociona.
abraça.
cheira
sorri.
e lembra do motivo.

Já não reclama.
- Agradece.

segunda-feira, 16 de março de 2009

benjamin button

e se eu fosse benjamin button?
e se eu visse todos que cuidaram de mim envelhecendo, enquanto eu estivesse indo no fluxo contrário?
e se eu fosse virar um bebê lá na frente?
quem iria cuidar de mim?
quem iria me amar na involução da razão?
quem teria paciência?
quem me amaria sem condição?

...e se eu fosse benjamin button?

sexta-feira, 13 de março de 2009

reviravoltas

roda mundo
roda gigante
roda moinho
roda peão
o tempo rodou num instante
nas voltas no meu coração.....

quinta-feira, 12 de março de 2009

sobrevivendo

Ceifar antes de ser ceifado.
Não é por aí que segue a lei da sobrevivência?
Não é da força pra essa atitude que depende a permanência?
Ceifar antes de ser ceifado.
Ceifar antes.
Antes de o ser.
Antes.
Ver antes.
Saber antes.
Sentir antes...
Antes.
E será que é antes?
Será que teria o depois?
Pressentimento ou medo?
Sabedoria ou insegurança?
Sobreviver.
Ceifar antes de ser ceifado.
Ainda que sem a certeza.
Ceifar.
Sobreviver.


Não há tempo de saber.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Não deu

Eu queria ter pra contar a história daquele álbum que eu imaginei.
Mas não deu.
Não deu tempo de viver.
O mundo atropelou.
Não deu.
Passou.
Passou a época.
Passou a chance.
O cimento secou
E eu não tive tempo de voar.
Não adianta reclamar.
O cimento secou.
Eu fiz secar.
Passou o tempo de voar.

E eu fico daqui vendo as fotos que eu não tirei
Do álbum que eu queria ter na estante
Mas não deu...

terça-feira, 10 de março de 2009

anoitecimento

Não se vê o anoitecer. O acontecimento do processo. Apenas constata-se que houve, após.
Os olhos acostumam-se tão aos poucos que já é noite. Assim, no susto.

E assim é com a gente. Não vemos as mudanças. Não percebemos. Vivemos no ciclo dos dias e nos atentamos depois pra quem (agora) somos. Constatamos que passamos a ser. E depois contrapomos com quem éramos.

Daí mensuramos a mudança - a subtração do presente com o passado, e nos deslumbramos com o quão sorrateiro foi o desenrolar do processo.

Bom... "É assim" não... Costuma ser...

Mas é estranho quando se vê o anoitecer. Quando a consciência não se distrái um segundo e percebe cada nuance da alteração da coloração do céu. Quando se percebe cada centésimo da diferença presente x passado antes o todo possa ter sido encontrado na subtração do processo concluído.

É estranho quando percebemos o nosso anoitecer. Quando nos damos conta dos gostos gradativamente se alterando. Das vontades, dos objetivos, das aspirações, preferências e percepções em plena mutação. Quando a gente coloca em cheque o tempo todo aquilo que sempre defendemos ser, dando espaço a uma nova percepção que nem mesmo nós conhecemos.

E, pior! É estranho percebermos passo a passo que estamos tão próximos de tudo que sempre julgávamos (e jurávamos!) tão longe, e que sempre, em nome do espírito revolucionário, manteríamos assim... Estamos tão... tão próximos!... Tanta caretice, tantos desejos batidos, tantas vontades comuns, tão igual à todos...

Chego a rir da Mariana que ia mudar o mundo. E o pior é que rio justamente no meio do processo de percepção de como ela está se enquadrando que a risada vem, e não no distanciamento da de antes pra de depois. É no processo. É ainda estando com um pé lá, no lugar-chacota. Ainda agindo um pouco como a mariana-chacota, mas já sem a conduta caber bem.

E é estranho assim... perceber o "anoitecimento" de mim!