sexta-feira, 29 de agosto de 2008

toda moeda tem dois lados

Se por um lado falta um pedaço;
Falta uma parte;
Uma fração.
Se falta falta dividir sonho;
Falta querer junto;
Falta aspiração.
Se falta recurso;
Se falta pulso,
E se falta condição;
Pelo outro tem sorriso;
Tem brilho;
Tem diversão.
Pelo outro tem carinho;
Tem surpresa;
Renovação.
Tem textura.
Tem desejo.
Tem afeto.
Motivação.

Se por um lado falta o que dizer - inclusive pra mim;
Pelo outro às vezes não precisa de palavras pra dar explicação..

Mas é só às vezes.
que ruim!...

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

o mundo devia ser feito de anas.....

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

eu e uma trena

Eu e uma trena medindo a casa.
Eu e uma trena sonhando em renovar.
Eu e uma trena tentando cobrir o vazio.
Eu e uma trena buscando construir um lar.
Eu e uma trena.
Só nós.

domingo, 24 de agosto de 2008

universo frenético do dentro-entorno de mim

Queria a descrição perfeita que me fizesse enxergar e que me ajudasse a perceber tudo que tá dentro de mim.

Tudo aquilo que gira aqui dentro, mas que parece ser a minha volta, sem que eu me misture nem faça parte. Apenas um filme, rápido, em torno da minha mente.

Me deixa tonta e não me deixa perceber cada uma das cenas. Elas apenas passam, enquanto eu tento conseguir captar.

Não dá pra explicar. E é tão rápido que acho que, ainda que eu conseguisse, não me satisfaria, pois deixaria alguma coisa passar; assim como eu deixo a maioria dos milhões de pensamentos que se aglomeram em torno de mim pra serem pensados, nessas épocas de excesso de informações, de lado sem pensar. Assim como eu deixo, sempre, nessas tais épocas de excessos, milhões de imagens de lado, sem captar.

Elas apenas passam, tendo com função prima me confundir e cansar. Não são pensadas, avaliadas, nem descartadas. Ficam ali, ocupando HD. Sendo repetidas em meio a tantas outras. Fazendo um volume mental tão cansativo e enervante, que me dá vontade de deitar. E ficar. E chorar de cansaço, de perturbação, saturação, sei lá.

Saturada! Completamente saturada do que eu não consigo sequer avaliar. É só velocidade dentro de mim. Repetição desordenada de fatos, imagens, palavras, músicas, histórias, hipóteses, incertezas, sorrisos, promessas, momentos, beijos, oportunidades perdidas, oportunidades nunca tidas, opções, intenções... Que se repetem. Agora. De novo. Outra vez. E não sei quais são ao certo. E giram em torno de mim, como se estivessem à parte do eu. Como se não estivessem aqui dentro.

Como se o aqui dentro fosse uma outra dimensão inteira; e como se, nessa dimensão inteira do aqui-dentro, eu fosse bem menor. Um bichinho assustado, acoado em meio a tantas cores, coisas, formatos, fórmulas e barulhos que eu não consigo controlar.

Merda!

Que raiva de estar dividindo isso com milhões de pessoas pelo vazio de não ter com quem dividir.
Raiva de eu ser a mais crítica quanto à super-exposição gerada pelas tendências de existência virtual e por eu me enquadrar cada centímetro no que eu condeno.
Raiva! E é simplesmente estar perdida demais e não ter com quem falar. Não sentir que tem a quem recorrer.

Que raiva!....

domingo, 17 de agosto de 2008

8 ou 80

Como eu invejo os "transístors" e todo poder da gradação milimétrica da sua capacidade de adequação...
Enquanto eu, interruptor ordinário, limito-me à dicotomia do sim e do não.
Sempre escrava de uma inflexibilidade emocional determinante, pulo do 8 pro 80 sem escalas, sem rodeios, sem segurança, motivo ou razão.
Simplesmente assim... extremista... hiper(ou "hipo")bólica.... sempre rígida demais dentro da minha opção...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

"Será?!?!?!?!??!...."

Eis que me pergunto, depois de uma conversa que me fez relembrar o tema e recolocar em voga questionamentos que já são antigos: até que ponto o que eu lembro é real e até que ponto o que eu lembro é uma construção mental de desejo de realidade? Independente da origem da lembrança, sejam elas boas ou ruins.

Se de um lado eu tenho lembranças péssimas e pesadas que podem ter sido amenizadas pela minha memória seletiva, por outro, posso ter tido memórias de eventos mais amenos recriadas pela auto-piedade, e assim, ainda que ruins, podem ter sido armanezadas numa base de supervalorização de sofrimentos menores, pra eu ter embasamento nos momentos de pena de mim...

Será???!?!?!?!?!

Muito estranho pensar que nada do que constitui a gente - a história - pode ser real. É lugar comum o "quem conta um conto acrescenta um ponto"... mas... e quando os pontos acrescentados são a histórias contadas por você pra você mesmo???

Fica uma coisa meio "1984" do Orwell... Passado adequado ao que nos é conveniente no presente, buscando fazer com que este se torne mais "valorizado", se é que esta é a melhor palavra pra isso...

Seraáá???!?!?!?!

Sei lá!!!... tô aqui pensando nisso....
Lembro da minha história... ou pelo menos lembro do que lembro da minha história...

E fico pensando...

"Será?!?!?!?!??!...."

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

qual era mesmo a graça?

Poucas coisas me deixam mais tensa do que a adequação necessária da correria do dia à responsabilidade de, independente de como, independente de a que custo - independente de tudo, na verdade - ter que estar na porta da escola do meu filho pra buscá-lo, pontualmente, no horário da saída.

Às 10 da manhã eu já estou contando os segundos e planejando como vou cronometrar os passos entre a saída do meu trabalho e o meu rostinho sorridente e pontual no portão amarelo.

Depois disso, uma outra coisa que me deixa tensa é a certeza de que, também tão independente de qualquer fator quanto o dado exposto anteriormente, o teto máximo do meu horário de sono é às oito. Sábado, domingo, sol, chuva, frio, calor: oito! Sete e meia, pra ser mais cruelmente exata!...

Vou dormir já resmungando pra mim os murros de realidade que cada um dos raios de sol da manhã seguinte vão vir dar na minha cara, determinando de maneira pouco delicada a sentença pesada do despertar prematuro pra mais um dia.

Por fim, uma terceira tensão: a certeza de que, ainda que transbordando de ânimo e de disposição, ainda que com o corpo implorando pra seguir o ritmo perfeito de alguma batida dançante, e ainda que com o desejo de extravasar toda alegria e sensualidade contida, eu não vou poder sair à noite. N-ã-o! Não importa qual a proposta, qual a festa, qual o show, qual a boa - não!!! Filminho da TV. No computador, se eu quiser sentir um pouquinho de aventura em baixar alguma cópia e saber que adentrei o campo do proibido, rs. Nó máximo! Não mais que isso!...

Tudo por assumir a responsabilidade de tê-lo. Tudo por assumir o compromisso de cuidar e educar. Tudo por ser mãe.

E é muito louco como isso se dá!...

Lucas foi passar a semana com o pai. Foi levar aquela luz branca e mágica que vem dele pra lá.

E eu agora, tô aqui. Sentada. Escrevendo. Tudo que eu sempre olho lá do outro lado do rio, como se fosse distante e inalcançável - e que eu lamento tanto o ser - está aqui. Atravessei o rio!!... E que sem graça o lado de cá.

Tô "livre". Posso chegar em casa a hora que quiser. Posso ficar no trabalho sem me preocupar. Posso dormir até o meio dia. Posso ir ao cinema. Posso ir à festas. Posso dançar. Posso degustar. Posso quase tudo. E... e... e... e o que??? E daí?!?!???...

E... qual era a graça mesmo de poder????...

Rs... muito curioso isso!

Cadê a minha finalidade noturna??? Cadê meu sorrisinho encantado??? Cadê os olhinhos de esperança e magia me esperando guiar e ao mesmo tempo me dizendo a direção???

Ah!!! Que sem graça isso aqui!!! Que flores mais sem cheiro, que grama mais espetenta, que rio mais sem peixes, este do lado de cá. De lá de longe parecia tão legal. Parecia que tudo seria tão mais tranquilo. E que nada! Que sem graça isso aqui!!!...

Vou chegar em casa (tô no trabalho ainda, às nove da noite!...)... e...? E o quarto vai estar apagado. E a casa vai estar vazia. E o pedaço mais lindo de mim não vai estar lá...

E eu volto a perguntar... E qual era mesmo a graça??????

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

preguiiiiiça...

tô com sono e tô com preguiça de deitar...
tô com fome e com preguiiça de mastigar...
tô com nojo da sensação de rosto colento e com preguiça de me banhar...
enfim...
e se eu tô com preguiça de me satisfazer e agradar...
imagina em pensar em ter que madrugar pro trabalho amanhã de manhã???
:D
rsrsrs...

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

puxa aqui e puxa acolá

Dentro da lógica empresarial de busca pelo destaque (e consequentemente pela ascenção), incrível a percepção da potencialização das possibilidades quando se puxa sacos ou tapetes.

Dos dois, pelo menos um. Os os dois em um, o que é pior ainda....

Enfim....

Sem comentários!!!...

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

carta ao gilson martins

Hahahah!...

Em outubro do ano passado comprei uma bolsa na Gilson Martins e tive que trocar. Mas só que tava escrito na etiqueta que não podia. Mas eu TINHA que trocar. E escrevi um e-mail para o cara, rs, pra tentar viabilizar a intenção....

Achei o e-mail agora. Reli. Re-ri. E resolvi postar! hahaha... Eh! E é claro... Consegui trocar!!!! rsrsrs...

"Caro Gilson Martins (tenho a pretensão de escrever diretamente para o Gilson por intencionar fortemente que este e-mail chegue, de fato, em suas mãos),
meu nome é Mariana Marra.
Antes de tudo, acho importantíssimo elogiar ao extremo toda sua coleção. Simplesmente maravilhosa, sempre!
Estive um dia desses numa peça da Elisa Lucinda,e, em determinada altura do espetáculo, pouco antes de fazer uma brincadeira com o público cujo prêmio era uma bolsa sua, ela perguntou: "quem não gostaria de ter uma bolsa do Gilson Martins?". E eu, aqui, hoje, corroboro a pergunta: quem é que não gostaria???...
Bom, enfim... seja lá quem for, não estou inclusa neste grupo. Sou pertencente à descarada maioria que adoraria poder ter uma das suas bolsas. Uma não, várias. Uma de cada, se possível.
Aliás, é impulsionada por justamente este desejo que, sempre que passando por Ipanema, pelo Rio Sul ou por Copa, dou um jeitinho de parar em frente às vitrines, dar uma olhada, entrar na loja... um jeitinho de alimentar minha vontade e de manter acesa a chama do "um dia eu ainda vou ter uma dessa, uma dessa, uma daquela"... mulheres e sua paixão inexplicável por bolsas, rs, acho que você entende bem...
De qualquer forma, um desejo que ainda se configura distante.
Acho que é bastante famosa a dificuldade da situação dos "recém-formados", lutando em busca de um lugar ao sol no mercado de trabalho. Pois bem... no meu caso, eu sou uma "ainda não formada", rs, o que aumenta consideravelmente a dificuldade, e, consequentemente, afasta um pouquinho mais a perspectiva da possibilidade de um armário com a variedade de acessórios que eu sempre quis e que tanto espero poder ter, rs.
Bom... estou dizendo isso tudo, na verdade, pra poder pintar o cenário em que eu estava ontem, dia em que eu pude (felizmente!) comprar uma bolsa nova! Uma folguinha no orçamento somada à criação psicológica de uma extrema necessidade de uma bolsa nova me conduziram até à sua loja. Entrei no estabelecimento com um certo sorriso no olhar, aquele de quem sabe que os dias de "entrar, olhar e sair com as mãos abanando" estavam contados.
Há muito eu já vinha "namorando" a coleção do Rio de Janeiro (aquela que todas as bolsas são exclusivas, sempre com casinhas lindas e coloridas), e decidi que seria uma destas que eu iria comprar. Fui até a loja de Copa, olhei, apreciei, me apaixonei... até que decidi por uma determinada bolsa (lindíssima!!!). Pra ter certeza da compra, fui até a loja de Ipanema, para me certificar de que não estaria deixando pra trás alguma outra mais bonita. E, de fato, pude constatar que não havia nenhuma outra que me atraísse tanto - a minha escolha havia sido a melhor!... Telefonei, então, pra minha mãe que estava em Copa, pedindo pra que fosse, finalmente, comprar a bolsa que eu havia escolhido.
Cheguei em casa à noite e ela estava lá, em cima da minha cama, com um laçarote, olhando pra mim com cara de filhotinho escolhido em feira de animais, rs, toda feliz por eu tê-la comprado. E eu, mais feliz ainda, ansiosa pelo dia seguinte, pela brilhante estréia da minha bolsa nova tão minunciosamente escolhida.
Hoje pela manhã, escolhi com cuidado uma roupa que combinasse perfeitamente com cada um dos detahes da bolsa - afinal, uma estréia é sempre uma estréia, rs. Com orgulho cortei a etiqueta do "este produto não pode ser trocado" e com cuidado tirei a outra com a logo "Gilson Martins", como se estivesse, naquele ato, atestando a posse do objeto. E fui pra rua.
São Pedro, pouco amigo meu, tratou logo de mandar uma chuva...
Chuva?!? Na minha bolsa nova?!? De jeito nenhum!!!... E, cuidadosamente, cobri a bolsa com a minha jaqueta, pra que os pingos fossem pra esta e não pra aquela.
Já chegando no ônibus pude perceber que cada vez que os botões da jaquela encostaram na bolsa originaram um risco diferente no corpo do objeto, o que me fez ficar bastante triste.
Fui então analisar a bolsa de uma maneira mais fria, e pude perceber que, por mais lindo que o material do qual ela é feita seja (e, de fato, é lindíssimo), ele é absurdamente passível à marcas e arranhões. E quando eu digo "absurdamente", realmente quero dizer isso.
Pude perceber que, ecostando o dedo de uma maneira mais incisiva, a bolsa é marcada. E, pior ainda, pude perceber, sendo assim, é impossível fazer com que ela permaneça imune à frenética rotina carioca. Simplesmente não há como usar a bolsa no dia a dia e mantê-la sempre bonita.
Acredito que você saiba de qual material estou falando. Um sintético marrom que tem a aparência fosca. Se ficar melhor usar uma referência, pude perceber que, no site, dentro de "Bolsas femininas", no sub-ítem "estilo", uma bolsa de material similar está disposta na terceira linha, sendo a segunda da esquerda pra direita.
Bom... mas, enfim... a questão é que eu fiquei frustradíssima com a minha compra. Mesmo.
Já tenho uma outra bolsa da Gilson Martins que, ainda que utilizada sempre, permanece como nova, e foi justamente atrás desta qualidade de produto (que eu já havia atestado) que eu fui - a qualidade que permitiria que a minha bolsa, ainda que utilizada constantemente, pudesse sempre oferecer uma boa aparência.
E não foi isso que encontrei.
Encontrei uma bolsa que, com um dia de uso, parece velha, ainda que eu tenha tido o máximo de cuidado ao evitar chuva e, posteriormente, tenha buscado loucamente evitar atritos rotineiros quase inevitáveis...
Por fim, ecoa em minha mente a repetição do "este produto não pode ser trocado", estampado na infeliz etiqueta que eu cortei com tanto orgulho hoje pela manhã e que, agora à noite, eu lamento tanto ter havido a existência. Queria realmente poder fazer a troca do produto. Pegar uma bolsa com algum material menos sensível, estando antenada neste quesito durante a escolha, já que foi algo em que sequer pensei ontem durante a compra.
E é por isso, Gilson, que lhe escrevo. Em primeiro lugar, como já foi dito, pra elogiar descaradamente a sua coleção. Brihante, sempre. E, num segundo momento, pra relatar minha experiência de compra, não apenas com o intuito de saber se há a possibilidade de troca, como também pra dar um toque quanto à minha frustração, podendo, quem sabe, contribuir pra loja de uma maneira mais geral.
Agredeço demais a atenção e aguardo sua resposta,
Mariana Marra"