sexta-feira, 24 de outubro de 2008

tentando catar flores no concreto

De-si-lu-são!
Total!

E eu me sentindo uma idiota romântica por tentar fazer poesia de uma engrenagem fria.

Escrevi o post abaixo emocionada. Sério!... Eu era especial, tinha um papel único dentro da história daquele restaurantezinho agradável. Eu era a cliente quatro mil duzentos e alguma coisa, oras!!!...

Bom...
Fui lá hoje - de novo.
Me deu vontade de contribuir um pouquinho mais e de assumir um outro papel único e atemporal na história do pequeno empreendimento. Fui determinada a ser "a" cliente algum outro número!!!...

Entrei, me servi, pesei e recebi a comanda.
E...... como assim??????
Eu era a cliente quase seis mil!!!

Cacete! Quase seis mil! Em uma semana de diferença?????????...

Ficou claro! Tristemente claro! Contagem mensal... só pode!...
Contagem cíclica. Mecânica. Sem graça. Sem sentimento.
Máquina. Só máquina!...

E me senti uma idiota, como já falei.
Me senti querendo catar flor no concreto.

Eu era um número qualquer, como milhões de outras pessoas já foram. Era mensal.
Não era um troféu o meu "quatro mil duzentos e alguma coisa". Era o acaso daquele mês, dentro da contagem de um sistema. Um sistema muito maior do que a beleza ingênua da minha concepção carente de antes.

A comida já não foi mais tão gostosa. O empreendimentozinho aconchegante ficou parecido a um fast food qualquer. A degustação passou a ser uma sustentação vitamínica do corpo... E o meu quatro mil duzentos e alguma coisa foi num piscar de olhos pra quase seis mil.
Sem nada de especial.
Sem participação única na história de coisíssima nenhuma.
Sem mágica.
Sem nada.

Só frio assim.
Como um concreto sem flor.

Um comentário:

Anônimo disse...

aaaaaaaahh

você foi o primeiro blog q eu adicionei na minha lista de blogs!
(serve de consolo?) =)