quarta-feira, 21 de maio de 2008

Real-lax

_Preciso Relaxar!...
É só o que ecoa depois de um dia de trabalho, de correria, de metas, de cobrança, de fraldas, zêlos e cuidados...

Engraçado... saber o que "relaxar" significa todo mundo sabe. Até o Aurélio sabe, descrevendo, em um dos diversos ítens de possibilidade semântica, "diminuir a força e a tensão".
OK, ok! Combinamos que pode ser isso. E que é simples, a princípio, a compreensão geral do significado simbólico da descrição.
Mas... será que é esse realmente o significado??? Digo.... MESMO?!?!...

Relaxar não é ser relapso. Não é fingir que está tudo bem e esquecer o que aborrece. Não é dormir horas a fio. Relaxar não é sorrir nem se divertir.

Aliás, acho que o conceito de relaxamento tá tão vendido ultimamente, tão superficial e desvalorizado, que as pessoas estão comprando pílulas de relaxamento e bem estar imediato, esquecendo da mágica do homeopático a longo prazo.

Modernidade, velocidade, internet, tudo a um clique de distância. Impaciência e conectividade. Falta de aceitação e de serenidade. E dá nisso. Relaxamento de botequim barato, que cobra seu preço com juros quando se volta pra realidade postergada. Relaxar enquanto "diminuir a tensão" apenas, parece ficar meio incompleto. Meio carente de profundidade. Meio suscitador de alienação, em última instância.

Relaxamento de verdade é aquele que é suado. Parece contraditório, mas não é. Relaxamento de verdade é o que é trabalhado. Buscado. Merecido. Não é a postergação de um problema. É a sua solução. Não é fingir que aborrecimentos não existem. É a serenidade frente a eles. É a aceitação daquilo que não se pode modificar de uma maneira tranquila e a consciência de que o que está ao seu alcance está sendo feito.

Esse é o relaxamento: A falta de dívidas internas. E não esse tapa olhos de camelô que tão fazendo a gente comprar.

Amanhã é feriado. Relaxar de dormir, ok, vou relaxar. Permanência na cama até o meio dia garantida, no mínimo. Perna pro alto, música tocando, nada pra fazer... E incomoda tanto saber que isso tudo pra mim tá tão longe de relaxar, que eu chego a pensar em pedir a pílula azul ao Morpheus na hora de escolher.

Mas só aí eu lembro que não. Lembro que por mais que seja mais difícil, mais trabalhoso a aparentemente mais desgastante, o gostinho que eu sinto de saber que, no fundo, eu realmente busco relaxar, recompensa. Saber que eu luto por algo muito maior do que esquecer. Saber que a chave, na verdade, é a busca por não ter o que precisar esquecer!........

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