quinta-feira, 8 de maio de 2008

boa noite!

Tenho que deitar. O cansaço vem e consome sem pedir licança.
Apenas se instala, o inconveniente...

Aliás, queria ser meio assim. Tenho sempre a sensação de estar tão atenta aos limites do bom senso, que, ironicamente, tenho uma inveja quase irracional dos que pouco ligam pra essas formalidades.
É como se, o tempo todo, eu estivesse medindo, freneticamente, seja em comentários, expressões, colocações ou comportamentos, o meu grau de aceitação naquele momento. Mistura de baixa auto-estima com um orgulho inegável, deve ser...

Orgulho de partir do pressuposto absurdo de que minha presença tem que ser sempre querida, celebrada e valorizada ao extremo, afinal, como assim eu (logo eu!!) vou me prestar ao papel de ser uma chata indesejada e sem bom senso?!?!? Sou legal demais pra isso, oras!!! Seria quase um desperdício me colocar numa situação assim, e, sinceramente? Não vou perder meu tempo com quem não sabe atribuir valor ao que penso e digo...
Bom... essa foi a parte do orgulho...

Quanto à baixa auto-estima, acho que existe em grau igual... Se por um lado é orgulho buscar nunca "me submeter" a uma situação de pseudo-desvalorização, por outro, é me poupar de ter que me deparar com a possibilidade de em algum momento ser encarada assim...
Será que é medo de acreditar? Medo de não saber lidar? Sérá que minhas definições de "legalidade do eu" são tão voláteis assim? Huuuuuummm... Será?!?!?

Tipo... é como se eu sempre me mantivesse cativa em um lado da cerca da auto-concepção... mas me privando tanto do contato com o outro lado que fico sem saber se esse não se dá por eu ter uma delimitação interna muito incisiva quanto à preferência de lados, ou se é pelo completo receio de perceber que o "aqui" não é minha casa tanto assim....
Enfim... metaforazinha pobre mas deu pra ilustrar, rs...

Mas, de qq forma, voltemos ao sono com a sua inconveniência de quem sabe o que é sem ter que provar pra ninguém. Voltemos pro cansaço que não está nem aí se é bem vindo ou não, mas que simplesmente está, pela confiança que tem no papel que lhe foi confiado de demonstrador fisiológico das limitações biológicas do corpo...

Voltemos a eles!!!!! rs...
Sono, cansaço.... e a estranhíssima luta por não ir deitar... rs...

Tenho a sensação que a rotina é tão repugnante que sei que a partir do momento que deitar vou, simplesmente, apagar... Então deitar pra dormir é um redutor determinista de distâncias entre o agora e a retomada da rotina de trabalho... E, por mais que eu precise deitar, não quero...

Mas.. que merda! Sem opções... boa noite... e bom trabalho!... e boa inserção no modelo escravizante de salário pela recompensa de esforço... e bom rendimento dos anos dourados da vida ao sistema... e bons sonhos tb, no mínimo... pra ver se pelo menos assim faz valer a pena ;) ....

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