terça-feira, 2 de junho de 2009

lucas acorda

olhinhos que abrem,
reconhecendo a realidade devagarinho
num tempo que é só seu.

não tem relógio,
não tem ritmo,
não tem compasso.
apenas o tempo biológico do retorno de um sonho.

mistura de mundos.
encontro do rio com o mar.

e maravilhosamente desprovido da consciência deste limite,
lucas acorda.

faz cara de susto quando olha em volta,
pergunta do rabo do gato gigante,
e ri
(como quem percebe que o gato gigante
ficou do lado de lá).

e eu rio feliz
e faço brotar lágrima de gratidão
participando da mágica dessa transição
do lado de cá.

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