sábado, 30 de julho de 2011

me confunde, mas me justifica...

Sensação enorme de vazio por aqui.
Ando passando por dias sem cor.

Dentro de mim tudo passa numa velocidade incrível. Há lista de insatisfações, preocupações, descontentamentos e frustrações que fica sendo repetida involuntariamente, girando numa frequência frenética e incontrolável. Não consigo acompanhar sequer pra discernir quais os pontos ali presentes. Só me canso (muito!), e me angustio.

Vez ou outra consigo perceber um tópico. Não sei se, de fato, consigo "pescar" ou se escolho algum mais óbvio pra me ocupar e dar a sensação de produtividade emocional. Mas, de qualquer forma, busco entender. Busco mensurar sua importância no todo pra não o eleger injustamente como um ícone que carregaria o peso de todo o resto - só seria uma outra forma de fugir. Tento me concentrar, medir, avaliar, inter-relacionar mas não consigo terminar. É como se, pra olhar pra algo individualmente, eu precisasse me trancar num cômodo vazio e deixar o furacão lá fora. E ele fica tentando entrar, forçando a porta. E o esforço que eu tenho que fazer pra conseguir mantê-lo distante exige demais... E a minha falta de energia já não consegue resistir. E ele volta. Sempre volta. Volta pra me exaurir, pra me confundir, pra me justificar.

Volta pra ser a minha desculpa perfeita de não ter que buscar mudar. Volta pra ser a névoa que não me deixa constatar o que eu já não sei se tenho garras pra conseguir liquidar. Volta. Sempre volta. E fica sempre a pergunta de até que ponto é um alívio - ainda que doentio. Até que ponto a falta de alternativas efetivas pra imprimir uma mudança substancial celebra este retorno. Até que ponto há uma substituição da frustração desesperada por estar num beco sem saída imediata, pela frustração de simplesmente não conseguir nada constatar. Aquela é rasgada, arrependida, dolorida; esta é angustiante, sim, porém dispersa, confusa, desfocada. Talvez mais cômoda e menos visceral, ainda que também menos produtiva... Mas só talvez.

E, no depósito aqui ao lado, eis que alguém canta, gritando: "na verdade continuo, sob a mesma condição... distraindo a verdade, enganando o coração"...
Continuamos, amigo.
Só não se sabe até quando...

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